Doença celíaca é subdiagnosticada no Brasil; entenda riscos – Jornal Estado de Minas

Doença celíaca é subdiagnosticada no Brasil; entenda riscos – Jornal Estado de Minas


Conviver com a doença celíaca é uma experiência que afeta muitos brasileiros. Sintomas como dores no abdômen, distensão abdominal, diarreia e anemia são algumas das manifestações dessa condição que, embora comum, é pouco diagnosticada no país. Segundo informações da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, acredita-se que existam cerca de 2 milhões de brasileiros acometidos pela doença. O mais intrigante é que a maioria dessas pessoas desconhece sua condição.

Segundo a médica Consolação Oliveira, especialista em nutrologia e fisiologia hormonal, “estamos falando de pessoas que apresentam reação imunológica ao consumo de glúten. Isso significa que não podem consumir alimentos com trigo, cevada, centeio, que estão presentes em bolos, pães, salgadinhos, bebidas alcoólicas como cerveja, entre outros. É uma intolerância a alimentos comuns no nosso dia a dia”.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais ou biópsia intestinal. A rápida identificação é essencial para o controle adequado da doença.

“A doença celíaca é, na maioria das vezes, genética. É mais provável que surja da herança de genes familiares do que adquirido devido aos hábitos alimentares. Portanto, a investigação do quadro deve começar ainda na infância, pois os sintomas que indicam intolerância ao glúten começam a aparecer nesse período, embora também possa aparecer na idade adulta. Essa condição é comum no meu consultório”, explica a médica Consolação Oliveira.

Segundo a especialista, estratégias nutricionais e redução da ingestão de glúten podem ajudar o paciente diagnosticado a levar uma vida com menos sintomas e dores. “A doença celíaca, por si só, já é delicada. A verdade é que não existe cura, mas suas manifestações podem ser minimizadas ou até mesmo silenciadas quando há tratamento nutricional focado em garantir o bem-estar e restaurar a qualidade de vida do paciente. Isso envolve principalmente a prescrição de um plano alimentar adequado”, explica.

Consolação Oliveira, especialista em nutrição e fisiologia hormonal

O especialista acrescenta que a alimentação é o fator mais importante no controle da doença celíaca. “Precisamos lembrar do poder que a alimentação tem sobre o nosso corpo e como fazer exclusões também pode ser benéfico para a saúde do paciente. Eliminar o glúten da dieta e complementar as deficiências com vitaminas e outros alimentos nutritivos pode significar uma melhora completa do quadro, eliminando os sintomas e ajudando o paciente celíaco a ter uma vida mais tranquila e feliz”, pontua o médico.

Outras doenças

Pode estar relacionada ao surgimento de câncer no intestino delgado, além de doença arterial coronariana, ictiose e dermatite. “Nos casos em que a intolerância extrema ao glúten leva a outras doenças, é fundamental buscar tratamento multidisciplinar, combatendo também essas condições”, alerta Consolação.



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