Doação de sangue: saiba o que pode e ou não pode antes de ir ao hemocentro – Jornal Estado de Minas

No Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue, segundo dados do Ministério da Saúde, o que equivale a 1,4% da população. São pouco mais de 3 milhões de doações anuais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mantendo o país dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que orienta que entre 1% e 3% da população de cada país seja doadora de sangue.

Ainda assim, o Ministério da Saúde destaca a importância de aumentar o número de doadores para garantir o abastecimento regular. O assunto ganha relevância nesta segunda-feira (25/11), especificamente, Dia Nacional do Doador de Sangue.

Os hemocomponentes são amplamente utilizados em hospitais para cirurgias, tratamentos de hemofilia, pacientes com câncer e transplantes. Os hospitais geralmente possuem um banco de sangue de referência, responsável pela gestão centralizada dos estoques com base no consumo de hemocomponentes em cada instituição cliente. Além do estoque central, existem estoques em todas as agências transfusionais dos hospitais, com níveis mínimos de cada hemocomponente para garantir um atendimento seguro ao paciente.

“A doação de sangue é um ato simples e rápido, mas pode salvar muitas vidas. Cada sacola doada pode beneficiar até quatro pessoas, ajudando no tratamento de diversas condições médicas, incluindo cirurgias, acidentes e doenças”, afirma o hematologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), Gilberto Kobashikawa. O ato é vital para salvar vidas e dar esperança a muitas famílias, já que, por meio de doações, muitas pessoas têm a possibilidade de se recuperar de quadros graves.

“A falta de conscientização, aliada a estigmas e medos – como o medo de contrair doenças – impedem muitas pessoas de doar, mas precisamos mudar essa realidade. pode ter um valor inestimável para quem o recebe”, destaca o hematologista.

Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 69 anos, estar bem de saúde e pesar no mínimo 50 quilos. Se você se enquadra nesses perfis, basta procurar o hospital/hemocentro mais próximo que aceite doações. Pessoas com doenças infecciosas ou incapacitantes, neoplasias, gestantes ou puérperas devem evitar fazer doações nesse sentido.

Em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a Fundação Hemominas adota como critérios básicos para avaliar quem está ou não apto a doar sangue aqueles estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgãos responsáveis ​​pela legislação nacional de hemoterapia.

Além desses, observa outros critérios, baseados na literatura nacional e internacional, que visam à proteção e segurança de doadores e receptores, conforme divulgado pela fundação, que reúne sete hemocentros, nove hemocentros e seis unidades de coleta e transfusão , em diferentes cidades do estado.

Algumas situações, por serem mais delicadas, só poderão ser discutidas com o profissional responsável pela triagem do candidato à doação. O candidato é entrevistado por um profissional de saúde, que faz algumas perguntas pessoais e íntimas. As informações fornecidas são mantidas estritamente confidenciais.

O Hemominas informa que não discrimina ninguém, mas existem doenças que podem ser transmitidas pelo sangue e que, às vezes, não podem ser totalmente evitadas com a realização de exames laboratoriais de triagem sanguínea, pois há um período em que nem sempre as infecções são detectadas. nos exames.

Para consultar os critérios é importante verificar sempre todos os fatores associados: exames e procedimentos realizados, diagnóstico e tratamento realizado. O mais longo período de inépcia sempre prevalecerá. Vale lembrar também que essas normas estão sujeitas a revisões periódicas.

Peso

Em um desses critérios, a doação de sangue é realizada considerando um volume máximo por quilograma de peso. Para mulheres, o volume máximo é de 8 mL/Kg e, para homens, de 9 mL/Kg. A coleta também é proporcional ao volume de anticoagulante em cada bolsa coletora, o que limita a coleta de volumes menores de sangue e evita a doação por pessoas com peso inferior a 50 quilos. No Hemominas, as bolsas de sangue são coletadas conforme as seguintes condições:

– Homens com mais de 50 quilos: 450 ml
– Mulheres entre 50 e 55,9 quilos: 410 ml
– Mulheres com peso igual ou superior a 56 quilos: 450 ml

O peso é verificado no momento da doação e é descontado um quilo do peso da roupa. Além disso, é respeitado o peso máximo suportado pela cadeira coletora recomendado pelo fabricante, para evitar acidentes durante a doação de sangue. Este limite varia dependendo dos diferentes modelos e fabricantes. Em torno de 130 a 140 quilos, o Hemominas sugere entrar em contato com a unidade destinada à doação para saber o limite de cadeiras no local.

Hepatite

Pessoas que tiveram hepatite A estão autorizadas a doar se a doença ocorreu antes dos 11 anos e, se foi contraída após essa idade, se tiverem comprovação laboratorial dessa época. Nessa faixa etária, se não houver essa comprovação, é considerado impróprio para doação, independente de sorologia ou hepatite viral. Os casos de hepatite B, C e D, em qualquer idade, também caracterizam incapacidade definitiva.

Tatuagem

Para quem tem tatuagem ou fez maquiagem definitiva, inclusive micropigmentação, a fundação considera condição de segurança seis meses após o procedimento e, caso não seja possível determinar se as condições de segurança eram adequadas, o doador é elegível após 12 meses. Estão liberados os procedimentos que foram realizados em locais fiscalizados e com alvará sanitário.

Condição geral

O candidato à doação deverá comparecer com plena saúde. Caso esteja apresentando algum sintoma, mesmo que leve, deve-se aguardar a melhora antes de procurar uma unidade coletora. A doação é um gesto que salva vidas, mas não deve e não pode prejudicar a saúde do doador.

Outras informações sobre os critérios para doação de sangue estão disponíveis no site da Fundação Hemominas: www.hemominas.mg.gov.br

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