A pneumonia é uma infecção respiratória aguda, que pode ser causada por vírus, fungos, parasitas ou bactérias, e que afecta os pulmões. Os pulmões – compostos por pequenos sacos chamados alvéolos – enchem-se de ar quando uma pessoa saudável respira. Mas quando um indivíduo tem pneumonia, os alvéolos ficam inflamados, cheios de pus e líquidos, o que torna a respiração dolorosa e limita a captação de oxigênio.
A doença apresenta gravidade que varia de leve a grave, podendo ser fatal em indivíduos de todas as idades. No entanto, as crianças pequenas e os idosos são os mais vulneráveis. Com o objetivo de sensibilizar para este importante problema de saúde pública, no dia 12 de novembro celebra-se o Dia Mundial da Pneumonia.
A transmissão dos agentes causadores de pneumonia ocorre muitas vezes pelo trato respiratório, por meio de gotículas contaminadas liberadas ao tossir ou espirrar. Os sintomas de pneumonia incluem:
Entre as principais causas da doença está a bactéria Streptococcus pneumoniae, também chamada de pneumococo. “Para evitar pneumonia, é recomendado lavar as mãos com frequência e ter bons hábitos de higiene, não fumar, manter uma alimentação saudável, consumir apenas água potável, manter doenças crônicas, como diabetes, sob controle e evitar aglomerações. A estratégia de prevenção é através da vacinação”, afirma a infectologista Lessandra Michelin, líder médica de vacinas da GSK.
A vacina pneumocócica conjugada (VCP10) está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2010 e é gratuita para menores de cinco anos. O Ministério da Saúde recomenda esquema vacinal de duas doses primárias, aos dois e quatro meses de idade, com dose de reforço aos 12 meses.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda o uso de um esquema de duas ou três doses primárias, dependendo da vacina utilizada (VPC10, VPC13 ou VPC15), a partir dos dois meses de idade com reforço entre 12 e 15 meses de idade. Para grupos especiais, o Ministério da Saúde disponibiliza as vacinas PCV13 e pneumo 23 nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs). Além disso, essas e outras vacinas pneumocócicas conjugadas também estão disponíveis em clínicas particulares para diversas faixas etárias.
Outras infecções
“É importante lembrar que outras infecções, como influenza, coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), coqueluche (coqueluche), sarampo, catapora, além da influenza B, podem causar pneumonia, principalmente em crianças pequenas e no idosos, que possuem sistema imunológico menos eficaz e, portanto, são mais suscetíveis a agentes infecciosos. Por isso é tão importante manter suas imunizações em dia. As vacinas reduzem não só o aparecimento de pneumonia, mas também suas complicações, como as que levam à morte”, explica o infectologista.
Muito conhecido por causar infecções respiratórias em bebês, como bronquiolite, o vírus sincicial respiratório (VSR) ainda é subdiagnosticado em adultos e idosos por ser facilmente confundido com outras doenças respiratórias, como gripe e COVID-19, pois afeta nariz, garganta, brônquios e pulmões.
Porém, é preciso ter cuidado com esse vírus em idosos, principalmente aqueles que convivem com crianças, pois pessoas que convivem com crianças com doença respiratória causada pelo VSR apresentam alto risco de apresentar a infecção pela transmissão intradomiciliar. Idosos com condições crônicas de saúde pré-existentes, também chamadas de comorbidades, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma e insuficiência cardíaca congestiva (ICC), têm chances ainda maiores de complicações graves, como pneumonia, e, até mesmo a morte.
De acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a infecção pelo VSR leva a aproximadamente 60.000 a 160.000 hospitalizações e 6.000 a 10.000 mortes em adultos com 60 anos ou mais. anualmente. A vacinação é considerada uma importante forma de prevenção contra a infecção causada pelo VSR, conforme destacam a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Vacinas
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso adequado de vacinas contra 23 patógenos, incluindo vacinas contra pneumonia pneumocócica e contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo B, pode reduzir o uso de antibióticos em 22% ao ano em todas as pessoas. O índice representa cerca de 2,5 mil milhões de doses diárias de antibióticos a menos, contribuindo para os esforços globais de combate à resistência antimicrobiana – que ocorre quando as bactérias já não respondem aos medicamentos, aumentando o risco de doenças, morte e propagação de infecções difíceis de tratar.
“Pessoas vacinadas tendem a contrair menos infecções que podem exigir o uso de antibióticos ou até hospitalização. Então é melhor investir na prevenção”, destaca Lessandra.
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