Descoberta substância (secretada por fungos) para combater cárie dental – Jornal Estado de Minas

Descoberta substância (secretada por fungos) para combater cárie dental – Jornal Estado de Minas



Ricardo Muniz

O fungo Trichoderma harzianummicrorganismo que não causa doenças em humanos, é protagonista de estudo realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) em conjunto com a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP), ambas da Universidade de São Paulo (USP).

Realizada por meio do cultivo do fungo em laboratório, a pesquisa levou a uma substância que pode destruir o biofilme – popularmente conhecido como placa bacteriana – que causa a cárie dentária, uma das doenças mais prevalentes no Brasil e no mundo.

Quanto mais antigo o biofilme, maiores são as chances de ele ser composto por grandes quantidades de exopolissacarídeos, o que piorará o desenvolvimento da doença. As substâncias produzidas pelo fungo são enzimas capazes de atacar os exopolissacarídeos, desintegrando o biofilme dental.

Artigo detalhando os resultados da pesquisa, publicado em revista científica Microbiologia Atual, é um dos resultados do mestrado de Jéssica Peixoto Bem no Programa de Pós-Graduação em Odontopediatria da FORP-USP, sob orientação de Carolina Patrícia Aires. Ambos receberam apoio da FAPESP (projetos 19/19162-7 e 20/07315-0).

Neste trabalho, os pesquisadores estudaram todas as condições laboratoriais necessárias para que o fungo produza as enzimas que destroem os exopolissacarídeos do biofilme, utilizando um microrganismo modelo, o Estreptococos mutans.

Muitos microrganismos, como bactérias e fungos, vivem um “estilo de vida” de biofilme. O biofilme é uma comunidade estruturada de células microbianas firmemente fixadas a uma superfície biótica ou abiótica e incorporadas em uma matriz autoproduzida composta por substâncias poliméricas extracelulares (EPS), como polissacarídeos, proteínas e lipídios, explica o artigo.

A cárie dentária é um exemplo de doença mediada por biofilme. Particularmente, exopolissacarídeos produzidos por Estreptococos mutans são um fator crucial para a cariogenicidade dos biofilmes dentários. Assim, a degradação de exopolissacarídeos é uma estratégia chave para desmantelar biofilmes e controlar a cárie dentária.

“Ó Trichoderma harzianum é uma verdadeira planta de produção de enzimas, fabricando-as mesmo na presença de resíduos orgânicos”, explica Aires. Um estudo preliminar do grupo mostrou que resíduos industriais de frutas podem atuar como estimuladores na produção de enzimas pelo fungo. “Muitas respostas ainda precisam ser obtidas antes que possamos viabilizar essas enzimas em larga escala, mas estamos no caminho”, pondera o pesquisador, que é professor associado do Departamento de Ciências Biomoleculares da FCFRP-USP.

De acordo com o artigo publicado em Microbiologia Atuala descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de formulações de higiene bucal contendo mutanases acompanhadas de antimicrobianos que superem o problema da propagação bacteriana.

“Nosso grupo tem trabalhado na investigação de agentes antibiofilmes, ou seja, agentes que degradam os biofilmes sem necessariamente matar as bactérias. Nesse contexto, as enzimas têm papel fundamental, principalmente considerando que os exopolissacarídeos bacterianos são o principal fator etiológico para o desenvolvimento e agravamento das lesões de cárie”, detalha o pesquisador, que desenvolve projetos nas áreas de bioquímica e microbiologia, com triagem de compostos antibiofilme . , bem como atividades antifúngicas e antimicrobianas de produtos naturais.

Em outro artigo, publicado em Revista Brasileira de Ciências Bucaiso grupo de pesquisa descobriu que há um grande potencial para que os resíduos industriais da manga sejam uma fonte para o fungo produzir enzimas que degradam o biofilme.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 3,5 bilhões de pessoas sofrem de doenças bucais. Nos últimos 30 anos, segundo a pesquisa, houve um aumento de 1 bilhão de novos casos. As cáries lideram entre as ocorrências e afetam 2,5 bilhões de pessoas no planeta.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 34 milhões de brasileiros com mais de 18 anos perderam 13 dentes ou mais até o período da pesquisa. Dados preliminares da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), indicam que entre crianças e adolescentes o principal problema identificado são as lesões de cárie. Aos 5 anos, quase metade (49,2%) deles apresenta dentes cariados. Aos 12 anos, a proporção é de 51%. Dos 15 aos 19 anos, 67% apresentam cárie.



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