Desde junho, países da Europa e da Ásia registaram um aumento de casos de tosse convulsa, uma doença infecciosa altamente transmissível. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças informa que pelo menos 17 países da União Europeia e de outras nações, como a China, os Estados Unidos e Israel, estão em alerta para o problema. No Brasil, as atenções estão em Campinas (539 casos em 18 anos) e na capital São Paulo (mais de 100 casos em 2024), onde aumentam as notificações sobre coqueluche, o que já é motivo de preocupação.
A coqueluche está controlada no Brasil graças à vacinação. As vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo com números não tão elevados, o alerta é para o reaparecimento da doença, que pode ser perfeitamente prevenida. O Ministério da Saúde (MS) divulgou nota técnica com recomendações para fortalecer as ações de vigilância epidemiológica da doença no país.
Entre as ações para combatê-la, a pasta inclui alertar os profissionais de saúde da área assistencial, investigar contatos de casos confirmados, oferecer tratamento oportuno, além de ampliar o uso da vacina Tdap para profissionais de saúde que atuam na assistência ginecológica e obstétrica. , pediatria, além de doulas e funcionárias de creches e creches com crianças de até 4 anos.
Dados nacionais de 2019 a 2024, disponibilizados pelo MS, mostram que crianças menores de um ano representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Depois as crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%. Esta é uma doença de notificação obrigatória. Foram registrados 3.100 casos de coqueluche em 2015 no país. Desde então, houve uma diminuição no número de casos confirmados: em 2023 eram 214 casos e em abril de 2024 eram 31.
Professora da Universidade Tiradentes (UNIT), Fabrizia Tavares alerta para o aumento de casos e a importância das medidas de vacinação e higiene para prevenir a doença. A coqueluche, também conhecida como coqueluche, ataca o trato respiratório e é causada por bactérias Bordetella pertussis. A transmissão ocorre através de gotículas respiratórias expelidas pela tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas.
Os sintomas variam dependendo da idade e do estado imunológico do paciente. Nos adultos, podem ser leves, incluindo tosse seca, febre baixa, coriza e mal-estar geral. Em casos mais graves, a tosse torna-se intensa e persistente, podendo gerar sons agudos, vômitos, cansaço extremo e dificuldade para respirar.
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As autoridades de saúde estão a intensificar as campanhas de vacinação e de sensibilização sobre a tosse convulsa. A colaboração da população é fundamental para conter um possível surto da doença. “A coqueluche pode ser grave, principalmente em bebês menores de 1 ano, podendo causar pneumonia, convulsões e até morte”, destaca Fabrizia Tavares. “É fundamental que a população esteja atenta aos sintomas, procure atendimento médico em caso de suspeita e mantenha a vacinação em dia”.
Prevenção e tratamento
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a coqueluche. A vacina DTPa (difteria, tétano e coqueluche) é recomendada para crianças e adultos, principalmente aqueles que têm contato com bebês. A imunização é feita com a pentavalente, esquema vacinal composto por três doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade), seguidas de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade. O SUS também oferece vacinação para gestantes, puérperas e profissionais de saúde com Tdap. Em 2023, todas as vacinas contra coqueluche apresentaram aumento na cobertura vacinal, em comparação com 2022.
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O tratamento é com antibióticos, além de cuidados de suporte como hidratação e oxigênio, quando necessário. Isolar a pessoa infectada também é crucial para evitar a transmissão da doença.
Medidas de controle
Além da vacinação, outras medidas importantes para prevenir a coqueluche incluem:
– Lave as mãos frequentemente com água e sabão
– Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
– Evite contato com pessoas doentes
– Mantenha os ambientes ventilados
Doenças reemergentes
Doenças como febre amarela, dengue, chikungunya e zika também estão reemergindo em algumas regiões do Brasil. O monitoramento constante e a adoção de medidas de controle são essenciais para evitar a propagação dessas doenças.
Fabrizia Tavares também chama a atenção para o risco de ressurgimento de outras doenças, como sarampo e poliomielite, devido à baixa cobertura vacinal e à hesitação vacinal. “É fundamental que a população se vacine de acordo com o calendário vacinal e busque informações confiáveis sobre as doenças”, reforça o médico.
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