Muitas pessoas já passaram por aqueles dias em que seus intestinos parecem estar em greve. Porém, quando isso se torna uma constante, é um sinal de alerta de que algo não está bem. A constipação crônica, ou prisão de ventre, é um problema comum, que afeta grande parte da população mundial.
Segundo Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), a constipação crônica costuma estar relacionada ao estilo de vida. “A alimentação pobre em fibras, o baixo consumo de água, o sedentarismo e até o estresse são fatores que muitas vezes contribuem para o problema”, explica. Além disso, Lucas destaca que algumas condições médicas, como doenças intestinais, hipotireoidismo e uso prolongado de certos medicamentos, podem piorar a constipação.
O que muitos não percebem, segundo a especialista, é que a prisão de ventre vai além do desconforto digestivo. “Pode parecer algo pequeno, mas quando o intestino não funciona bem, o corpo começa a acumular toxinas que deveriam ser eliminadas. Isso gera uma sensação de cansaço constante, como se carregássemos um peso invisível. pois podem surgir inchaço, desconforto abdominal e até dores nas costas”, alerta.
Outro ponto relevante destacado pelo cirurgião é o impacto na absorção de nutrientes. “Mesmo que você tenha uma alimentação saudável, se o seu intestino não estiver funcionando bem, ele pode não absorver todos os nutrientes de forma eficiente. Isso acaba contribuindo para a sensação de cansaço e até queda da imunidade”, enfatiza.
Mudanças simples
Lucas Nacif afirma que algumas mudanças simples no dia a dia podem ajudar a aliviar os sintomas do resfriado:
1. Aumente a ingestão de fibras: a fibra funciona como uma espécie de vassoura para o intestino. Ajuda a limpar o trato intestinal e facilita o trânsito das fezes. Alimentos como maçã, pera, mamão, brócolis, cenoura e grãos integrais são recomendados. O ideal é consumir entre 25 e 30 gramas de fibra por dia.
2. Hidratação adequada: “A água é essencial para que a fibra cumpra seu papel. Sem a hidratação correta, as fezes podem ficar secas e mais difíceis de eliminar. “Beber pelo menos dois litros de água diariamente é uma das maneiras mais simples de ajudar o intestino a funcionar melhor”, sugere Lucas, acrescentando que sucos naturais e chás sem açúcar também ajudam.
3. Exercícios físicos regulares: Além de todos os benefícios conhecidos da atividade física, Lucas lembra que ela é um grande estímulo para o intestino. “Caminhada, ioga, corrida leve e alongamento estimulam os movimentos peristálticos, essenciais para o trânsito intestinal.” Segundo ele, “basta se movimentar 30 minutos por dia para notar diferença na digestão e redução da constipação”.
E se nada funcionar?
Caso as mudanças no estilo de vida não resolvam o problema, o especialista alerta para a necessidade de consultar um médico. “Em algumas situações, a prisão de ventre pode ser reflexo de problemas mais complexos, que exigem tratamentos especializados. Laxantes, medicamentos para estimular a motilidade intestinal e exames mais detalhados podem ser necessários para identificar a causa”.
Nos casos mais raros e graves, em que o intestino não responde aos tratamentos convencionais, a cirurgia pode ser uma solução. “Felizmente, os procedimentos atuais são minimamente invasivos, utilizando tecnologia avançada, como a robótica, o que garante uma recuperação mais rápida e eficiente”.
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