Conheça os principais tipos de surdez e como tratá-los – Jornal Estado de Minas

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A perda auditiva é um problema de saúde comum que pode afetar profundamente a qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas apresentam algum grau de surdez e, até 2050, esse número poderá chegar a 2,5 bilhões. No Brasil, a perda auditiva atinge cerca de 10 milhões de cidadãos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) esclarecem que a surdez pode ocorrer em diferentes níveis e formas, sendo classificada em três tipos principais: condutiva, neurossensorial e mista.

Surdez condutiva



Esse tipo ocorre quando há um bloqueio ou problema na condução do som do ouvido externo ou médio até o ouvido interno. As causas podem incluir:

  • Infecções de ouvido
  • Presença de cera, secreção persistente atrás do tímpano
  • Perfuração do tímpano
  • Otosclerose
  • Tumores
  • Malformações do ouvido e/ou ossículos do ouvido (martelo, bigorna e estribo)

A boa notícia é que, na maioria dos casos, a surdez condutiva tem terapias e pode ser reversível, segundo o especialista da ABORL-CCF e presidente da SBO, Robinson Koji Tsuji. “O tratamento varia de acordo com a causa e pode incluir a retirada da cera, uso de antibióticos para infecções ou até procedimentos cirúrgicos que atuem diretamente nas causas, como: reparar um tímpano perfurado ou reconstruir os ossículos do ouvido. Os aparelhos auditivos também podem ser usados ​​em algumas situações com excelentes resultados”, afirma.

Surdez neurossensorial



A surdez neurossensorial ocorre devido a danos nas células sensoriais do ouvido interno (cóclea) ou do nervo auditivo, como envelhecimento, exposição prolongada a ruídos altos, doenças genéticas e uso de medicamentos ototóxicos, ou seja, que contêm substâncias que podem causar danos ao sistema coclear. Esse tipo de perda auditiva geralmente é irreversível, mas pode ser tratada com uso de aparelhos auditivos ou, em casos mais graves, com implante coclear.

Robinson explica que o implante coclear é um dispositivo eletrônico digital que cumpre a função de converter estímulos sonoros em estímulos elétricos e estimular diretamente o nervo auditivo dentro da cóclea. “Ao fazer o implante, o paciente sentirá um ganho significativo na qualidade de vida, pois sua audição será restaurada, garantindo melhora na comunicação e relacionamento social, entre outras questões do dia a dia. Após a cirurgia, o paciente terá que fazer terapia fonoaudiológica por alguns meses e acompanhamento com otorrinolaringologista para alcançar esses resultados positivos”, explica.

Surdez mista


A surdez mista é uma combinação de surdez condutiva e neurossensorial. Nesse caso, o paciente apresenta problemas de condução sonora e danos às células ou ao nervo auditivo. Entre os fatores que desencadeiam a situação estão infecções crônicas de ouvido, otosclerose, traumas ou lesões de ouvido.

Este tipo de surdez pode ser mais complexo de tratar. “O tratamento depende do grau da perda auditiva em cada componente. Cirurgias podem ser indicadas para tratar a parte condutiva, enquanto aparelhos auditivos ou implantes cocleares podem ajudar na surdez neurossensorial”, afirma o especialista da ABORL-CCF.

Diagnóstico



Detectar o problema precocemente é fundamental para definir o melhor tratamento e evitar o agravamento da perda auditiva. O otorrinolaringologista realiza exames detalhados, como a audiometria, para identificar o tipo e o grau da surdez. Com base nos resultados é possível definir a melhor abordagem, seja médica, cirúrgica ou através de aparelhos auditivos e terapias complementares com outras especialidades.

Reconhecer os sinais de que sua audição não está funcionando bem é o primeiro passo para entender que a pessoa precisa de uma consulta com um especialista. Entre os sintomas recorrentes na população adulta, a ABORL-CCF destaca a dificuldade de compreensão das conversas, o hábito de aumentar o volume dos aparelhos eletrônicos, falar alto, pedir para as pessoas repetirem, ter zumbido nos ouvidos, estar em isolamento social, como sendo os principais.

“A melhor forma de cuidar da saúde auditiva é consultar um otorrinolaringologista e fazer exames periódicos. Ouvir é essencial para uma boa comunicação e habilidades de relacionamento social. Quanto antes identificado um problema, maiores são as chances de tratamento e de melhora na qualidade de vida”, afirma o especialista.

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