Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a infertilidade afeta 17,5% da população adulta (cerca de uma em cada seis pessoas) em todo o mundo. No Brasil, cerca de oito milhões de pessoas podem ser inférteis. A doença pode ser caracterizada pela dificuldade de homens, mulheres ou ambos em conseguirem a tão esperada gravidez.
Segundo Júnea Chagas, ginecologista da Hermes Pardini, marca do Grupo Fleury, um casal é considerado infértil quando, após 12 meses de relações sexuais frequentes e regulares, sem qualquer tipo de contracepção, não consegue engravidar. Estudos da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (Sbra) mostram que cerca de 30% das causas de infertilidade estão relacionadas a fatores femininos e 30% estão associadas a causas masculinas. Outros 40% estão ligados à infertilidade combinada do casal.
“Estatisticamente, as causas da infertilidade podem ser igualmente femininas ou masculinas, o que varia são as predisposições genéticas, a idade biológica e os fatores externos que podem ter causado a impossibilidade de ter filhos. Tradicionalmente, as mulheres acabam por ser mais bem avaliadas que os homens relativamente às causas da infertilidade, muito por questões culturais de saúde, por isso temos a sensação de que os problemas reprodutivos residem com maior frequência no sexo feminino”, explica a ginecologista.
Para as mulheres, as principais causas da infertilidade podem ser:
- Síndrome dos ovários policísticos
- Endometriose
- Problemas com as tubas uterinas
- Avanço da idade
Para os homens, as causas estão relacionadas a:
- Baixa produção de esperma
- Alterações devido a varizes nos testículos (varicocele)
- Obesidade
- Fumar
- Uso de esteróides anabolizantes
“O diagnóstico de infertilidade não é uma sentença. Quanto antes as causas forem investigadas, maiores serão as chances de realizar o sonho da gravidez”, tranquiliza Júnea.
Exames
A investigação deve começar com o agendamento de uma consulta com um especialista em reprodução humana. Primeiramente, é avaliada a história do paciente e realizado um exame físico. Exames complementares são solicitados para diagnosticar a causa da infertilidade. “Com os resultados dos exames é possível saber a causa da infertilidade e indicar o melhor tratamento, que pode variar desde mudanças no estilo de vida, cirurgia de correção de varicocele, cirurgia de endometriose, tratamentos hormonais, coito programado, inseminação artificial, fertilização. in vitro, entre outros”.
- Ó coito programado Caracteriza-se por induzir a ovulação na mulher para que a relação sexual seja agendada para o horário mais adequado
- Já o Inseminação intra-uterina acontece quando um homem coleta seu sêmen em uma clínica de reprodução assistida e esses espermatozoides são preparados, concentrados e injetados diretamente no útero da mulher
- A fertilização in vitro (FIV) É uma técnica mais complexa, pois envolve a retirada dos óvulos por meio de punção transvaginal dos ovários, fecundados pelos espermatozoides para formar embriões e cultivados em laboratório até serem congelados para uso futuro ou transferidos para a cavidade uterina para continuar seu desenvolvimento. .
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Os principais exames solicitados pelos médicos especialistas em reprodução humana para investigar as causas da infertilidade são:
- Dosagem hormonal: alguns hormônios são medidos para avaliar se está tudo bem com a atividade ovariana, o período de ovulação e o desenvolvimento dos folículos
- Ultrassonografia transvaginal seriada: Esse exame verifica o tamanho dos folículos ovarianos para que você possa ter uma ideia de quando eles realmente estarão maduros para a coleta de óvulos ou a ovulação natural. Pode ser realizado algumas vezes durante o ciclo menstrual
- Histerossalpingografia: exame indicado para detectar anormalidades em estruturas femininas, como trompas e útero
- Ultrassonografia endovaginal com preparo intestinal: indicado para diagnosticar casos de endometriose, problema que atinge cerca de 40% das mulheres que têm dificuldade para engravidar. Também pode diagnosticar outros problemas ovarianos, como cistos, tumores, miomas e malformações do útero.
- Videohisteroscopia: É o melhor exame para detectar anormalidades da cavidade endometrial e do colo do útero, como pólipos, miomas e sinéquias. Também realizado através da introdução de uma câmera através do colo uterino até atingir a cavidade endometrial
- Espermograma: técnica que coleta o sêmen e, por meio de análises macro e microscópicas, investiga possíveis anormalidades nos espermatozoides
- Teste de fragmentação do DNA do esperma: complementa o espermograma, analisa o grau de compactação do DNA do esperma. Quanto maior o grau de compactação espermática, melhor será a qualidade do gameta para a formação de um embrião de qualidade. Quanto maior o grau de fragmentação desse DNA, maiores são as chances de infertilidade, falha na formação de embriões e maior risco de abortos repetidos nas primeiras semanas de gravidez.
- Testes genéticos: Anomalias cromossômicas em homens ou mulheres podem levar à formação de embriões com problemas genéticos, que causam falha na implantação ou abortos espontâneos. Portanto, é importante detectar possíveis alterações através do exame de cariótipo e do exame de biópsia embrionária realizados durante o procedimento de fertilização in vitro em casais com maior probabilidade de apresentar alterações genéticas.
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