Comer para nutrir o corpo pode se tornar compulsão em busca de alívio – Jornal Estado de Minas

Comer para nutrir o corpo pode se tornar compulsão em busca de alívio – Jornal Estado de Minas



Comer algo delicioso é sempre prazeroso. O corpo libera dopamina, o hormônio que está envolvido em ações direcionadas ao sistema de recompensa do cérebro. E com isso, o ato de comer pode, sim, virar uma compulsão.

Esse tipo de fome é conhecido como hedônico. É aquela vontade repentina de comer um alimento específico e sempre com a intenção de obter prazer. Normalmente, essa necessidade não é satisfeita comendo apenas um alimento – a pessoa acaba comendo grandes porções e com certa urgência. A fome hedônica aparece repentinamente e está diretamente ligada aos efeitos da ingestão de alimentos. É uma resposta a sentimentos como ansiedade, problemas financeiros ou emocionais, estresse, depressão e problemas de saúde como diabetes.

O cérebro possui um ramo denominado circuito hedônico que envolve a área tegmental ventral, o núcleo accumbens, o hipotálamo, a amígdala e o córtex pré-frontal. Essas áreas regulam o sistema de recompensa e prazer. Existe também o circuito executivo do córtex pré-frontal, onde pessoas com anorexia e compulsão alimentar podem apresentar desregulação, além de algumas outras alterações.

“O ponto fundamental da compulsão alimentar é o fato de ela compartilhar mecanismos cerebrais com a ansiedade: o sistema de luta e fuga. Nessa situação, temos dificuldade no controle inibitório e no feedback positivo que aumenta a compulsão: comer alimentos altamente gratificantes para diminuir as sensações decorrentes de um estado de ansiedade. A ansiedade e a depressão estão muito presentes na compulsão alimentar”, comenta o mestre em psicologia social pela PUC, coordenador e professor do curso de neurociências e comportamento da Faculdade Uniguaçu, Gustavo Imianowsky.

Dados de pesquisas destacam a importância de cuidar da saúde. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou que 24,3% da população adulta sofre de obesidade, ou seja, um em cada quatro adultos no Brasil é obeso. Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet e apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo, uma em cada oito, vive com obesidade.

Os transtornos alimentares (TA) são caracterizados por um distúrbio persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta em alteração no consumo ou absorção de alimentos, o que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. Além dessas alterações no comportamento alimentar, outras manifestações são percebidas nesses indivíduos, como distúrbios de imagem corporal e problemas de autoestima. Esses são os transtornos mentais com maior número de mortes no mundo.

“Uma vez que um transtorno alimentar se desenvolve, ele pode se manifestar por meio de diferentes comportamentos em torno das mesmas ideias, crenças ou representações. É como um grande quebra-cabeça em que as mesmas peças podem formar desenhos diferentes: transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), bulimia e anorexia têm os mesmos conflitos em comum”, comenta a psicóloga.

O comportamento compulsivo consiste em atos repetitivos que se caracterizam pela sensação de que se ‘deve’ realizá-los, mesmo sabendo que esses atos não estão de acordo com o objetivo geral da pessoa. O objetivo da compulsão é reduzir a ansiedade, o desconforto ou prevenir o sofrimento, enquanto os atos impulsivos geralmente estão ligados à obtenção de algum tipo de recompensa. Enquanto as compulsões têm como objetivo principal evitar riscos, os atos impulsivos expõem o paciente a situações potencialmente perigosas ou prejudiciais.

Deficiências no controle inibitório podem estar associadas ao consumo excessivo de alimentos altamente palatáveis ​​em pessoas com transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Esses indivíduos apresentam dificuldades na tomada de decisões, resultando em uma tendência a desconsiderar as consequências negativas da compulsão alimentar no longo prazo.

Gustavo dá dicas para ajudar a aliviar os sintomas da fome hedônica:

– Reeducação nutricional

– Aumentar a ingestão de fibras

– Cozinhe sua própria comida

– Pratique atividade física

– Aprenda a lidar com o estresse diário

– Realizar psicoterapia

– Se necessário, use medicação

– Ter apoio emocional e atendimento de equipe multidisciplinar com nutricionista, psicólogo e psiquiatra

“Nenhuma mudança acontece da noite para o dia. O primeiro passo é a pessoa aceitar que precisa de ajuda e que está negligenciando a saúde e fazendo com que seu corpo adoeça. Outro detalhe importante é não julgar a situação e, sim, ter empatia. A pessoa precisa entender o que aconteceu, quais foram as consequências, buscar ajuda para curar feridas emocionais e físicas, traçar metas para assumir o controle da sua vida de forma consciente e responsável e aproveitar as etapas da nova jornada”, pontua. . Gustavo Imianowsky.

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