Há exatos cinco anos, o mundo seguia os conhecidos ritos do 31 de dezembro com os preparativos para a chegada de 2020. No escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS), na China, uma mensagem da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan chamou a atenção. Foi um comunicado sobre episódios de “pneumonia viral” que começaram a ser monitorados no primeiro dia do ano novo. A humanidade enfrentou a maior emergência de saúde pública do século, a pandemia do covid-19uma doença que afetou mais de 777 milhões de pessoas e matou 7 milhões, 714.506 só no Brasil.
Foram tempos difíceis e cheios de incertezas. Os cientistas trabalharam durante a noite para compreender os mecanismos do vírus e tentar mitigar a sua propagação. Nos primeiros meses não foi possível saber ao certo quem eram as populações mais vulneráveis e qualquer pessoa poderia ser alvo da exacerbação dos sintomas. De forma dura, a população tomou conhecimento da “tempestade de citocinas”, atividade anormal do sistema imunológico que afetou gravemente alguns pacientes, e também da intubação, método que ajudava pessoas em estado crítico a respirar.
A pandemia de covid-19 mostrou a todas as nações que é É essencial ter sistemas de vigilância para novos patógenos e a necessidade de agir rapidamente, incluindo comunicação da forma mais acessível possível sobre doenças.
“Os países precisam de se organizar e preparar para uma nova pandemia mesmo que ela não aconteça como os bombeiros. Você precisa de bombeiros quando o incêndio acontece, mas todo o preparo e treinamento tem que acontecer com antecedência. É isso que os países precisam entender e ter grupos especializados nessa preparação”, afirma a pesquisadora Ester Sabino, professora da Universidade de São Paulo (USP)
“O mais importante é que isso seja algo internacional. Não faz sentido um país se organizar. As organizações internacionais precisam continuar a existir e ajudar a coordenar as atividades”, explica.
Ester ganhou notoriedade por ter coordenado o sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, apenas 48 horas após a detecção do primeiro caso no Brasil. Este trabalho também foi resultado da estratégia recomendada de preparação para evitar a propagação de doenças.
“Sequência rápida (o coronavírus recente) foi, na verdade, uma preparação. Eu estava me preparando para sequenciar para dengue, estava tudo pronto, porque pensei que ia ter uma grande epidemia de dengue em 2020, mas chegou um novo vírus e, portanto, podemos sequenciar rapidamente”, relata o OLHAR.
Negação
Embora cada descoberta sobre o vírus tenha sido apresentada de forma transparente pelas principais entidades científicas e órgãos internacionais de saúde, foi também um momento forte de correntes negacionistas inicialmente sobre o vírus e depois sobre a eficácia das vacinas.
No Brasil, a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro abraçou o aspecto mais prejudicial diante de uma uma doença tão traiçoeira e ainda tratou o quadro como “uma gripezinha”, desconsiderando o conhecimento científico e as características inerentes aos vírus, como a capacidade de sofrer mutações e desenvolver novas variantes para infectar mais hospedeiros.
Mesmo com o início da vacinação em janeiro de 2021, os brasileiros continuaram a chorar pelos entes queridos e as tragédias se somaram não só com o surgimento de novas cepas. O país foi impactado pela crise de escassez de oxigênio no Amazonas, que matou pacientes asfixiados e as ondas que aumentaram o número de casos deram a impressão de que a pandemia era uma guerra perdida.
A vacinação e a ampliação do conhecimento sobre a doença fizeram a diferença. De acordo com o estudo “Epicovid 2.0: Pesquisa nacional para avaliar a real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil“, apresentado este mês, a imunização contra a doença com pelo menos uma dose foi realizada por 90,2% das 33.250 pessoas entrevistadas. O esquema vacinal completocom duas doses, teve adesão de 84,6% dos entrevistados.
Fim da emergência, convivência com o vírus
Em maio do ano passado, a OMS anunciou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) para a covid-19, encerrando assim o nível máximo de alerta para uma doença da entidade, mantido durante o pandemia há mais de três anos.
O encerramento do estatuto não significou o fim da pandemia, porque o vírus não deixou de circular nos países e continua a causar hospitalizações e mortes, especialmente em populações mais vulneráveis e entre pessoas que não seguem as recomendações e resistem às vacinação, a forma mais segura e eficaz de prevenir formas graves da doença.
Consequências da covid-19
O vírus continua a ter impactos na saúde e a ter consequências socioeconómicas. Ainda de acordo com o “Epicovid 2.0″o índice dos brasileiros impactados por sintomas persistentes de covid-19 é de 18,9%, dos quais 28,8% os enfrentam atualmente.
A principal situação pós-covid citada pelos entrevistados é a ansiedadetotalizando 33,1%, seguido por cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%).
Com base nos dados da pesquisa, o ministério informou que mais de 28% da população foi infectada pelo vírus, o que corresponde a 60 milhões de pessoas.
Além das graves consequências para a saúde e das perdas irreparáveis — cerca de 15% das pessoas perderam um ente querido para o vírus — a Covid perturbou financeiramente as famílias e gerou impactos sociais.
Quase metade dos brasileiros (48,6%) relatou que sofreu redução de renda, o que resultou em insegurança alimentar para 47,4%. Isso significa que as famílias não tinham garantia de que teriam alimentação diariamente. O estudo indicou que 34,9% das pessoas entrevistadas perderam o emprego e 21,5% tiveram que interromper os estudos.
Aprendemos a conviver com o vírus, mas é preciso fazer mais. Cabe aos governos monitorar e ter sistemas preparados para novos patógenos com potencial de causar pandemias, fornecer insumos e vacinas e estruturar os sistemas de saúde. O papel da população é assumir a responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde das pessoas ao seu redor, mantendo a vacinação em dia e seguindo as recomendações dos órgãos de saúde quando é dado um alerta. Outras pandemias virão e erros cometidos durante a covid-19 não podem ser repetidos.
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