Fumar é amplamente reconhecido como um fator de risco à saúde. Para quem se submete a cirurgia plástica estética, pode ser especialmente prejudicial. Segundo o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Fernando Lamana, fumar compromete a segurança e a eficiência dos procedimentos cirúrgicos – pode gerar complicações graves e comprometer os resultados estéticos.
“Reduz a circulação sanguínea devido ao dano progressivo ao endotélio vascular causado pelo tabagismo. Isso compromete a oxigenação tecidual e dificulta a cicatrização, aumentando o risco de infecções, necrose tecidual e outras complicações”, explica o especialista.
O impacto do tabagismo vai além da cura. “Fumar também prejudica a função pulmonar, o que pode afetar a anestesia e a recuperação pós-operatória, principalmente em cirurgias mais complexas”, acrescenta.
Entre as complicações mais comuns em fumantes estão má cicatrização, infecções, abertura de pontos (deiscências) e necrose tecidual. “Esses riscos são especialmente elevados em cirurgias que envolvem grande descolamento de pele, como abdominoplastias e lifting facial”, alerta a médica.
Sua interferência no processo de cicatrização está diretamente relacionada à presença de nicotina e monóxido de carbono. “A nicotina promove vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo, enquanto o monóxido de carbono diminui a oxigenação sanguínea, agravando ainda mais o quadro”, explica o cirurgião. Esses fatores retardam a formação de novos tecidos e aumentam significativamente o risco de complicações.
Minimizando riscos
Para minimizar os riscos, Fernando recomenda que os pacientes parem de fumar pelo menos quatro semanas antes da cirurgia e mantenham a abstinência pelo mesmo período do pós-operatório. Também destaca a importância de evitar substitutos como cigarros eletrônicos e adesivos de nicotina. “Esses aparelhos também contêm substâncias que prejudicam a circulação sanguínea”, alerta.
Os resultados estéticos também são afetados pelo tabagismo. Segundo a médica, pacientes não fumantes tendem a apresentar cicatrizes mais discretas e resultados mais harmoniosos. “Os fumantes correm maior risco de desenvolver cicatrizes hipertróficas ou quelóides, além de enfrentarem dificuldades de recuperação”, ressalta.
A abordagem desse tema com os pacientes, segundo o cirurgião, deve ser feita de forma ética e respeitosa. É fundamental explicar os riscos de forma transparente e reforçar a importância de parar de fumar para garantir a segurança do procedimento e a qualidade do resultado. “O foco deve ser acolher o paciente e motivá-lo a seguir as recomendações médicas.”
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