O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou nesta quinta-feira, 5, o lançamento de uma plataforma virtual para identificação atestados médicos falsificados, com o objetivo de combater fraudes na emissão do documento, que permite ao empregado não comparecer ao trabalho por motivos de saúde sem desconto ou afastamento do salário. O Atestado CFM permitirá que os médicos sejam notificados sobre documentos emitidos com seus dados e que as empresas verifiquem a veracidade dos atestados entregues.
A plataforma, regulamentada em resolução enviada ao Diário Oficial da União (DOU)é também uma ferramenta para que os trabalhadores tenham acesso aos seus atestados e à garantia de que foram efetivamente assinados por médicos, uma proteção contra quem pratica o exercício ilegal da profissão.
“Esta situação gera prejuízos consideráveis tanto para as empresas como para a segurança social e, em última instância, para toda a população. Com a implementação, buscamos abordar esse problema na sua raiz, uma vez que somente serão considerados válidos os certificados referendados pelo Atesta CFM”, explicou, em nota, o assessor do órgão e relator da resolução Hideraldo Cabeça, diretor de Tecnologia e Informação da CFM.
Segundo a autoridade, o Atesta CFM, que também conta com um aplicativo, já pode ser acessado para se familiarizar com a ferramenta. A partir de novembro, os médicos poderão emitir atestados pela plataforma, que, seis meses após a publicação no DOU, será utilizada para emissão e validação de todos os atestados médicos em território nacional.
Como funciona a plataforma
Segundo o CFM, a ferramenta integra diferentes bases de dados e utiliza os registros de todos os médicos do país. No ambiente da plataforma, o médico deverá preencher seus dados e, após autenticação, poderá emitir atestados. Será possível gerenciar documentos físicos e digitais.
Os trabalhadores terão acesso a todos os seus certificados, que poderão ser consultado através de pesquisa por especialidade, diagnóstico, hospital ou clínica onde foi prestado o atendimento, período ou nome do médico.
Com a tecnologia, não será mais necessário entregar pessoalmente o documento às empresas, pois, com a autorização do paciente — como prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) — o médico terá a opção de enviar a versão digital diretamente para o empregador.
Roubo de receitas
A emissão de atestados médicos falsos também está relacionada a outro problema frequente: o roubo de receituários e carimbos. Nas localidades com acesso restrito à internet, os médicos poderão imprimir o comprovante para preenchimento manual e posterior inclusão no sistema. Para permitir autenticação e rastreamento, todas as planilhas serão identificadas por um código de segurança e serão válidas.
“Com as ferramentas, o médico poderá quantificar quantos atestados emitiu em determinado período, entre outros indicadores”, diz Cabeça.
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