Canabidiol ganha espaço no tratamento de pacientes com autismo – Jornal Estado de Minas

Canabidiol ganha espaço no tratamento de pacientes com autismo – Jornal Estado de Minas



O canabidiol (CBD), um dos principais compostos derivados da cannabis, tem se mostrado uma alternativa promissora no tratamento de pacientes com transtorno do espectro do autismo (TEA). Estudos recentes apontam benefícios significativos no uso da medicação, principalmente na redução da ansiedade e da agressividade nos diferentes graus da doença, melhorando o quadro dos pacientes.

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Especialista em canabidiologia e coordenador da Academia EndoPure, Juliana Bogado explica que o canabidiol atua diretamente no sistema endocanabinóide, responsável por regular diversas funções do corpo humano, podendo ser eficaz na redução de diversos sintomas.

“O CBD funciona regulando o sistema endocanabinoide, promovendo um equilíbrio que pode melhorar a interação social, a comunicação e o bem-estar geral. Com suas propriedades anti-inflamatórias, o medicamento ajuda a reduzir a sobrecarga sensorial e emocional, proporcionando melhora na qualidade de vida dos pacientes. Estudos clínicos e relatos familiares podem nos mostrar que o uso controlado do canabidiol oferece uma abordagem segura e complementa os tratamentos convencionais”, afirma o médico.

Outro ponto importante da fitoterapia é o seu potencial no controle da agressividade, sintoma comum em vários graus de TEA. Esses impulsos agressivos podem dificultar a convivência tanto com a sociedade quanto com os cuidadores. “Os pacientes que iniciaram o uso do canabidiol relatam uma melhora significativa no controle dos impulsos, o que resulta em um comportamento mais calmo e uma convivência mais harmoniosa com familiares e cuidadores”, destaca Juliana.

Embora ainda exista algum estigma em torno dos derivados da canábis, o CBD é considerado uma substância segura, com efeitos secundários mínimos quando utilizado de forma adequada. É fundamental que o tratamento seja supervisionado por um profissional capacitado, que poderá ajustar as doses de acordo com a necessidade de cada paciente.

O uso do medicamento não substitui outras terapias tradicionais, mas pode ser um complemento valioso. “O CBD deve ser visto como parte de um tratamento multidisciplinar, que inclui terapia comportamental, acompanhamento médico e apoio familiar. A combinação dessas abordagens pode potencializar os resultados e proporcionar uma vida mais digna aos pacientes com TEA”, afirma o médico. “O uso do canabidiol no tratamento de pessoas autistas é um campo que ainda está sendo explorado, mas os resultados até o momento são animadores e indicam que a medicina e a ciência estão no caminho certo para oferecer mais uma ferramenta eficaz no cuidado desses pacientes. ”



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