Burnout social: cinco sintomas do esgotamento psíquico comum no fim de ano – Jornal Estado de Minas

Burnout social: cinco sintomas do esgotamento psíquico comum no fim de ano – Jornal Estado de Minas



A síndrome de Burnout, classificada como doença ocupacional, é conhecida pelo seu impacto nos contextos profissionais e muitas vezes está associada apenas ao ambiente de trabalho. Porém, a condição pode se manifestar em contextos sociais, principalmente em períodos de alta interação, como final de ano, impactando na capacidade das pessoas de lidar com as demandas dos relacionamentos. Nesse caso, o fenômeno é conhecido como esgotamento social.

O esgotamento social, ou exaustão social, ocorre quando a sobrecarga de interações sociais e responsabilidades emocionais leva à exaustão psicológica. Diferentemente do burnout comum, que está relacionado às demandas profissionais, o quadro surge em decorrência de pressões e expectativas decorrentes de relacionamentos interpessoais com amigos, familiares e até relacionamentos amorosos.

Segundo a especialista da BurnUp, healthtech focada em saúde mental e emocional, Luciana Benedetto, entre as principais causas desse tipo de esgotamento social está a sobrecarga emocional de estar constantemente à disposição dos outros, sem ter tempo para si, e a pressão para por favor, caracterizado quando uma pessoa se sente obrigada a cumprir expectativas, mesmo quando isso vai contra seus próprios limites.

Além disso, a psicóloga e neurocientista destaca que a falta de reciprocidade nas relações também pode agravar o quadro, levando a uma sensação de esgotamento para quem dá mais do que recebe. Outra causa comum é viver em relacionamentos marcados por constantes tensões e desentendimentos.

“O final de ano, com festas e reuniões, pode ser um gatilho para o esgotamento social. A pressão para socializar e cumprir as tradições pode intensificar a exaustão emocional. Para muitas pessoas, as comemorações trazem lembranças difíceis, como perdas familiares, aumentando a vulnerabilidade emocional. Portanto, caso alguém fique em dúvida se já está ou não em alguma das situações listadas acima, é necessário reconhecer os sintomas para preservar a saúde mental”, acrescenta Luciana.

Entre os sintomas mais comuns listados pelo especialista estão:

– Exaustão social: cansaço extremo após interações sociais, mesmo aquelas que antes eram prazerosas. Sua chamada “bateria social” esgota-se cada vez mais rápido

– Distanciamento emocional: afastamento de amigos e familiares, com o objetivo de se proteger da sobrecarga emocional

– Irritabilidade e impaciência: pouca tolerância para situações sociais, mesmo com pessoas próximas a você

– Dificuldade de concentração e tomada de decisões: sensação de exaustão mental, dificultando as tarefas diárias

– Queda na autoestima e autoconfiança: sentimento de fracasso nos relacionamentos, levando à autopercepção negativa e culpa

Segundo a psicóloga, após reconhecer os sintomas, algumas ações podem ser tomadas para reverter o quadro e preservar a saúde mental, mesmo diante de preocupações e pressões em momentos que exigem alta socialização.

“Estabelecer limites, reservar um tempo para si e focar nas relações recíprocas são ações necessárias para quem se sente esgotado socialmente. Porém, caso os sintomas persistam e interfiram na sua qualidade de vida, é importante procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, profissionais que podem oferecer ferramentas específicas para lidar com o esgotamento e administrar os relacionamentos de forma mais saudável”, completa.

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