Biomarcadores podem ajudar no diagnóstico da bipol…

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Na prática clínica, diferenciar o depressão no transtorno bipolar da depressão unipolar pode ser bastante desafiador, pois os sintomas depressivos são a parte central de ambos os transtornos. Por esta razão, os pesquisadores têm procurado biomarcadores que podem auxiliar no diagnóstico clínico.

Estudo brasileiro publicado na revista Pesquisa Psiquiátrica representa um progresso nesta direção. Assinado por pesquisadores de Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o trabalho descreve um painel de biomarcadores sanguíneos – relacionados ao mecanismo de edição de moléculas de RNA – que permitiu discriminar com precisão pacientes com transtorno bipolar ou depressão. O resultado, segundo os autores, abre caminho para a criação de um exame de sangue que possa apoiar o diagnóstico clínico.

A pesquisa é resultado de uma parceria com cientistas franceses vinculados ao Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e à empresa de medicina personalizada Alcediag. O grupo Unifesp é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio de seis projetos.

Edição de RNA

Embora haja uma tendência de elevar o DNA como protagonista quando se trata de questões genéticas, existem outros atores importantes neste contexto. E a caso de RNA. Para que a mensagem do DNA seja acessada, ela precisa ser transcrita (ou copiada) na forma de um RNA mensageiro, que orientará a síntese de uma proteína.

Durante a transcrição genética e a produção de proteínas, podem ocorrer alterações na estrutura da molécula de RNA. Esse processo de edição é mediado principalmente por duas enzimas, a edição de RNA 1 e a edição de RNA 2. Elas modificam a sequência de ácidos nucléicos e, consequentemente, alteram o tipo de proteína produzida – e tudo isso ocorre sem qualquer alteração na sequência. DNA, que é o material genético herdado dos pais.

Com a bioinformática é possível mapear o total de modificações ocorridas nas sequências de RNA do paciente, conta Mirian Hayashi, professora do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) e coordenadora da pesquisa no Brasil. Agência Fapesp.

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“Cada uma dessas enzimas [RNA editing 1 e RNA editing 2] possui padrão de edição e, através da análise do sangue, é possível verificar o padrão de edição do RNA do paciente. Como é muito difícil monitorar o funcionamento das enzimas, verificamos o produto alterado [modificações específicas na sequência do RNA]. Chegamos assim a um painel com oito biomarcadores, que seria o padrão de edição do RNA capaz de diferenciar os pacientes. Como sabemos qual é o padrão do transtorno bipolar e da depressão, é possível utilizar esses biomarcadores para apoiar o diagnóstico desse transtorno”, afirma.

Segundo Mirian, pesquisadores da França já acreditavam que o padrão de edição do RNA poderia ser um biomarcador para o diagnóstico do transtorno bipolar. “Conforme comprovado em estudos com pacientes franceses. Porém, por se tratar de uma população muito homogênea, queriam repetir os mesmos estudos com pacientes brasileiros para validar o que foi visto no país europeu”, afirma.

Novas possibilidades

No artigo é descrito oito biomarcadores sanguíneos baseados na edição de RNA (PDE8A, CAMK1D, GAB2, IFNAR1, KCNJ15, LYN, MDM2 e PRKCB) que foram capazes de diagnosticar transtorno bipolar com depressão com alta sensibilidade e especificidade.

“Esta combinação de biomarcadores foi validada em pacientes com transtorno bipolar depressivo e eutímico [que são pacientes em tratamento e com remissão dos sintomas clínicos]. Encontramos mais de oito alvos, mas os citados no artigo são os que dão a melhor resposta para o diagnóstico. A combinação desses oito RNAs é importante”, destaca João Nani, bolsista da Fapesp e coautor do estudo.

Um fato importante é que os pesquisadores ainda não conseguiram identificar se a alteração no RNA é resultado do distúrbio ou do tratamento. “Discutimos no artigo que ainda não é possível definir se isso é efeito da doença ou do medicamento. Afinal, todos os voluntários são pacientes em tratamento”, afirma Nani.

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Se for constatado efeito do medicamento, diz Mirian, abre-se a possibilidade de usar o painel de biomarcadores para verificar se o paciente realmente está tomando a medicação.

Segundo Nani, biomarcadores desse tipo ainda poderão, no futuro, orientar novos tratamentos. Isto ocorre porque a edição do RNA é um mecanismo crucial na regulação do sistema imunológico inato e da resposta inflamatória.

“Essas modificações no RNA servem para evitar uma resposta imunológica contra o próprio organismo. As enzimas de edição 1 e 2 são importantes para regular os mecanismos de resposta autoimune. Já existem estudos sobre câncer que utilizaram inibidores dessas moléculas associados à quimioterapia e imunoterapia para aumentar a eficácia do tratamento. Quem sabe um dia essa modulação possa ser aplicada no tratamento de transtornos psiquiátricos”, afirma Nani.

Participam do estudo também a pesquisadora Elisa Brietzke, atualmente na Queen’s University, no Canadá, Dinah Weissman e Franck Molina, do CNRS.



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