Biden: quando devo suspeitar de um declínio cognitivo? – Jornal Estado de Minas



O envelhecimento é um fenómeno relativamente recente na história da humanidade: embora hoje em dia seja comum vivermos para além dos 80 anos, esta era uma realidade distante até há pouco tempo: em 1900, por exemplo, vivíamos, em média, 32 anos. E durante cerca de 200 mil anos, a esperança média de vida das pessoas foi inferior a 30 anos. Esse salto, que nos permitiu existir por muito mais tempo, também traz desafios para a medicina: como lidar com o declínio da nossa agilidade de raciocínio e de conexão com as palavras à medida que envelhecemos?

O tema ganhou as manchetes da imprensa e, em conversas ao redor do mundo, após o debate entre o atual presidente norte-americano Joe Biden, de 81 anos, candidato à reeleição pelo Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump, de 78 anos. , representante do partido Republicano.

O aparente declínio cognitivo de Biden em meio ao primeiro confronto televisionado com seu concorrente na corrida presidencial gerou preocupação entre os eleitores e levantou dúvidas sobre suas reais capacidades físicas e mentais como a maior barreira para uma possível continuidade no governo federal dos EUA. Mas afinal, quando de fato situações como a enfrentada pelo presidente norte-americano podem ser um indício de declínio cognitivo, demência ou Alzheimer?

A ciência ainda busca respostas e soluções mais objetivas em relação à prevenção e cura dessas condições, mas já existe um consenso entre os especialistas: atenção aos sinais para o diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida são essenciais para evitar e/ou retardar o avanço da chamada perda de memória, melhorando a qualidade de vida em todas as fases da vida. “Realizar um check up global, que inclui uma triagem para avaliar as funções cognitivas, é a melhor forma de antecipar cenários”, afirma a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora médica do ATMA Soma e idealizadora da iniciativa ‘Cérebro em Ação’.

“Em geral, as pessoas procuram esse exame apenas quando já percebem algum problema que está atrapalhando suas vidas. Pode ser, por exemplo, um esquecimento muito frequente, uma dificuldade de planeamento. E então avaliaremos como está a saúde do cérebro naquele momento”, explica.

E, segundo o especialista, nem sempre essa conclusão é necessariamente o diagnóstico de uma doença. “Naturalmente diminuímos a nossa funcionalidade e capacidades à medida que envelhecemos, o que não significa que se tornará um diagnóstico de demência ou outra doença. E, sabendo em que circunstâncias estamos, podemos agir para mudar: quimicamente, com medicamentos, e também no nosso estilo de vida, modificando hábitos”, comenta.

cérebro jovem

O que possibilita essas mudanças é a neuroplasticidade, fenômeno natural do cérebro, que tem o poder de se modificar a partir de diferentes tarefas e novos desafios, como explica a fonoaudióloga Ana Alvarez. “Não há idade definida para a realização do rastreamento neurocognitivo, pois as habilidades sempre podem ser ampliadas e aprimoradas”, comenta.

Em geral, a triagem cognitiva inclui análise multissensorial, memória espacial, acuidade auditiva, atenção, velocidade, planejamento, inibição, memória e flexibilidade. “Fazemos isso por meio de um protocolo de procedimentos desenvolvido por nós em que utilizamos métodos tradicionais de avaliação combinados com triagem multissensorial, função auditiva central e realidade aumentada imersiva para chegar a uma conclusão”, explica.

Alessandra Rascovski lista 7 fatores que aumentam as chances de desenvolver Alzheimer, conheça cada um deles:

1. Hipertensão

Manter a pressão arterial sob controle é fundamental e é considerado um dos fatores mais importantes na prevenção da doença, mas não só: diversas complicações cardíacas podem ser evitadas, além de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). “O ideal é estar sempre com a pressão arterial de até 13 a 9”, explica Alessandra. Quem já tem a doença, que também tem causas genéticas, deve fazer uso de medicação diária para controlar os índices.

2. Estilo de vida

Controlar o peso e manter um estilo de vida saudável, com exercício físico, sono adequado, controlo do stress, não fumar e beber com moderação, são essenciais. Já a obesidade, o tabagismo, o alcoolismo e o sedentarismo também são causas importantes das chances de desenvolvimento da doença. “Vemos que são fatores ligados à saúde como um todo e faz sentido: o cérebro não está alheio à saúde do restante do corpo”, comenta o endocrinologista.

3. Isolamento social

A depressão e o isolamento social são outras possíveis causas para o aumento das chances de desenvolver a doença. “Sabemos que a pandemia fez com que esses índices aumentassem significativamente devido às medidas sanitárias. Mas é importante que as pessoas retomem os contactos sociais, mesmo que aos poucos, e procurem apoio e ajuda psicológica caso tenham dificuldades. Somos seres sociais e precisamos estar em contato contínuo com outras pessoas para viver bem”, afirma.

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4. Contexto socioeconómico e poluição

O nível de escolaridade é considerado o principal fator para a doença no Brasil. Estimular o cérebro e aprender até os 12 anos são ferramentas fundamentais para a saúde do órgão. Outro fator de contexto social é a poluição do ar, também apontada como risco para Alzheimer. “Os países em desenvolvimento, como o Brasil, têm uma população mais vulnerável a esses fatores. A falta de equidade no acesso aos serviços certamente afeta a saúde da população e é um fator que precisa de atenção dos governos”, destaca.

5. Diabetes

Doença multifatorial e uma das mais comuns no mundo, o diabetes também influencia o cérebro, inclusive nas chances de desenvolver o Alzheimer. Segundo a especialista, “isso inclui a fórmula para controle de peso, atividade física, alimentação saudável, sono e controle do estresse. Para quem já foi diagnosticado, o uso correto e controlado da medicação contribui para um melhor manejo da doença.”

6. Perda auditiva

Nesse caso, além de sempre ir ao otorrinolaringologista para manter a saúde auditiva em dia, vale lembrar que, no Brasil, existem mais de 15 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva, o que equivale a pouco mais de 7 % da população total do país. . Pessoas mesmo com uma perda leve, sem o uso de dispositivos corretivos ou reabilitação, têm um risco >42% de desenvolver demência.

7. Trauma

A publicação da Comissão Lancet também incluiu o traumatismo cranioencefálico como fator que influencia o desenvolvimento do Alzheimer. “Os traumas geralmente ocorrem por acidentes, por isso a proteção com capacetes e a atenção em esportes com vulnerabilidade a lesões na cabeça são essenciais”, pontua Alessandra.



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