O consumo de bebidas energéticas está em ascensão, principalmente entre jovens e adultos que procuram melhorar o seu desempenho físico e mental. Porém, esses produtos podem causar sérios danos à saúde bucal, contribuindo para o desgaste dentário e aumento do risco de cáries.
A relação entre o consumo de bebidas energéticas e a perda de saúde oral é um tema amplamente estudado e bem documentado na literatura científica. Existem alguns motivos para essa ligação, como a acidez elevada. O baixo pH dessas bebidas facilita a dissolução da camada externa mais dura dos dentes, o que intensifica o processo de erosão.
Especialista em prótese dentária, odontopediatria e endodontia e membro da Federação Internacional de Odontologia Estética (IFED), José Todescan Júnior explica a gravidade da situação. “Existem muitas marcas novas de energéticos no mercado, de todos os tipos, sabores e cores. Seus efeitos colaterais, porém, não são tão marcantes. O risco para a saúde bucal é grande, pois as bebidas energéticas possuem pH muito baixo. Quando consumidos regularmente, deixam os dentes expostos e suscetíveis a danos.”
Impacto ácido
Os ácidos presentes nas bebidas energéticas, como o ácido cítrico e o fosfórico, são responsáveis pela corrosão do esmalte dentário. “Essa combinação ácida cria um ambiente perfeito para a desmineralização dentária. Tudo isso contribui para agravar ainda mais o desgaste do esmalte”, explica José Todescan Júnior.
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Os danos causados pelas bebidas energéticas não são apenas superficiais. A dissolução contínua do esmalte pode levar a problemas mais sérios, como a exposição da dentina, que é a camada interna do dente. Isso resulta em dor e sensibilidade, dificultando atividades diárias como comer e beber.
Medidas preventivas e recomendações
Para reduzir os efeitos nocivos das bebidas energéticas na saúde oral, é importante adotar algumas medidas preventivas. “Parar de usar esses produtos é fundamental. No caso do consumo, esperar pelo menos 30 minutos antes de escovar os dentes ajuda a evitar a abrasão do esmalte enfraquecido pelo ácido”, sugere a especialista.
Adotar uma alimentação equilibrada e manter uma rotina rigorosa de higiene oral, incluindo uso de fio dental e visitas regulares ao dentista, são essenciais para prevenir o desgaste dentário de todas as pessoas, mas especialmente dos consumidores frequentes de energéticos.
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Por fim, é possível substituir itens de higiene bucal diária por aqueles mais recomendados para quem ingere bebidas com acidez elevada. “Usar uma pasta com floreto de amina também ajuda a proteger os dentes. E, após a ingestão desse ácido, é recomendado ingerir um alimento rico em cálcio. O uso de canudo pode ser utilizado para minimizar o atrito do líquido contra o dente”, aponta José Todescan Júnior.
Por isso, ele reforça a importância da conscientização. “Todos precisam estar cientes dos riscos que esses produtos representam para a saúde bucal. Com moderação e cuidados adequados é possível minimizar os danos, embora o ideal seja abandonar o hábito que causou a doença”, pontua.
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