As novas diretrizes para condição que afeta fertil…

Pelo menos 4% das mulheres em todo o mundo podem sofrer de uma doença que surge precocemente e pode interferir não só na fertilidade, mas também aumentar o risco de doenças cardiovasculares, osteoporose e demência. Este é o insuficiência ovariana prematura (POF)perda de atividade ovariana antes dos 40 anos de idadeque conta com novas diretrizes internacionais para simplificar o diagnóstico, anunciadas no mês passado, que podem ajudar no tratamento e na tomada de decisões de quem planeja uma gravidez.

A principal mudança no documento, que 145 recomendações e atualizado pela última vez em 2015, diz respeito ao diagnóstico da doença. Agora, você só precisa ter a combinação de um resultado elevado do hormônio folículo-estimulante (FSH) e períodos menstruais irregulares ou ausentes durante pelo menos quatro meses. A repetição do teste para medir o nível hormonal só será necessária se não for possível fazer um diagnóstico preciso.

“A nova diretriz significa um diagnóstico mais rápido da insuficiência ovariana prematura, transmitido de forma sensível e envolvendo uma tomada de decisão compartilhada entre o profissional de saúde e a mulher que sofre de POI”, afirmou, em comunicado, o copresidente do grupo de desenvolvimento do documento e professora associada Amanda Vincent.

Segundo ela, a avaliação dos pacientes deve se aprofundar em questões que vão além dos sintomas. “Também deve incluir perguntar à paciente sobre seu bem-estar sexual, necessidades de fertilidade, saúde psicológica, riscos cardiovasculares e de osteoporose e comorbidades”.

As diretrizes foram desenvolvidas através de uma parceria entre a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), a Sociedade Internacional da Menopausa, a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva e o Centro de Excelência em Pesquisa em Saúde da Mulher ao Longo da Vida. Pesquisa Reprodutiva na Monash University, Austrália.

O insuficiência ovariana prematura

A insuficiência ovariana prematura é uma condição caracterizada pela ausência de menstruação (amenorreia) ou irregularidade menstrual acompanhada de níveis elevados de gonadotrofinas e hipoestrogenismo em mulheres com menos de 40 anos de idade — a menopausa geralmente ocorre entre as idades de 48 e 51 anos.

“Na maioria dos casos, a condição se desenvolve após a puberdade normal e o estabelecimento de menstruações regulares, embora a amenorreia primária possa estar presente em cerca de 10% dos casos. O POI pode causar infertilidade, por isso saber se há casos na família e observar os sintomas são essenciais para o diagnóstico precoce”, comenta Roberto de Azevedo, especialista em reprodução humana da Clínica Fertipraxis.

Tendo em mente que as mulheres têm perda na produção de ovos, devem ser adotadas medidas para preservar a fertilidade. “Quem quiser ser mãe deve correr para congelar os óvulos restantes e preservar esta oportunidade. Mas se o diagnóstico for tardio, essa mulher pode ter essas chances bastante reduzidas ou inexistentes. Daí surge a indicação de buscar ser mãe por meio da fecundação. in vitro com óvulos doados”, explica Maria do Carmo, especialista em reprodução humana da clínica.

A médica recomenda que mulheres com mais de 28 anos recebam orientações para avaliar sua capacidade reprodutiva por meio da dosagem do hormônio antimulleriano (AMH) no sangue e da contagem dos folículos ovarianos por meio do ultrassom.

As novas recomendações são uma forma de levar mais informação e apoio às mulheres que são afetadas não só por uma possível infertilidade, mas por desenvolvimentos que afetam a sua qualidade de vida e a saúde como um todo.