Recentemente. O casal Juliano e Letícia Cazarré veio a público pedir orações pela pequena Maria Guilhermina, de pouco mais de 2 anos, internada devido a complicações relacionadas à anomalia de Ebstein, uma cardiopatia congênita rara que afeta o coração.
“A anomalia de Ebstein é caracterizada por uma malformação na válvula tricúspide – que separa o átrio direito do ventrículo direito. Essa malformação resulta em alteração do fluxo sanguíneo e, em alguns casos, causa insuficiência cardíaca”, explica Fernanda Weiler, cardiologista do Hospital Sírio Libanês de Brasília.
A anomalia de Ebstein é rara e seus sintomas variam muito, podendo em alguns casos ser assintomático. “Os sintomas mais comuns observados são cansaço excessivo, dificuldade para respirar, coloração azulada da pele – cianose – e arritmias. Para um diagnóstico conclusivo são necessários exames de imagem, que podem ser realizados inclusive durante a gravidez. O ecocardiograma fetal pode alertar sobre malformações durante a gravidez, mas há casos em que o exame é realizado após o nascimento”, explica Fernanda.
O tratamento varia, dependendo da gravidade do caso e da evolução da criança, e vai desde acompanhamento regular por um cardiologista pediátrico até intervenções cirúrgicas e transplante cardíaco. “Dependendo do caso é possível uma cirurgia para correção da válvula, em outros casos mais graves é necessário um transplante de coração”, afirma o médico, que comenta alguns mitos e verdades sobre o quadro.
Mito 1: Todos os casos são fatais
A verdade: A Anomalia de Ebstein é, sim, uma doença grave, mas varia em sua gravidade e efeitos no coração. Muitos pacientes acometidos pelo diagnóstico e com tratamento adequado chegam à idade adulta com boa qualidade de vida.
Mito 2: Crianças com esta condição não podem participar de atividades físicas
A verdade: A atividade física sempre traz benefícios para todos e uma criança com diagnóstico de anomalia de Ebstein com sintomas leves pode praticar atividade física, desde que supervisionada e recomendada profissionalmente.
Mito 3: A condição pode ser prevenida durante a gravidez
A verdade: a condição é uma doença cardíaca congênita, portanto não há prevenção. No entanto, o diagnóstico pré-natal pode ajudar a conduzir a uma forma de tratamento assim que o bebê nascer.
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