Hoje, mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com Alzheimermas esta doença não afecta a população de forma homogénea: as mulheres são quase duas vezes mais afectadas que os homens. Mas por que? Até agora isso era um mistério, mas pesquisas realizadas no Brasil em parceria com pesquisadores americanos lançaram luz sobre esse fenômeno.
A resposta pode estar na carnitina. “O que descobrimos foi que os níveis dessa molécula estão reduzidos no sangue de mulheres com comprometimento cognitivo, principalmente aquelas com doença de Alzheimer”, afirma. Michael Lourençolíder do estudo e professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O mesmo não foi visto nos homens.”
Esta não é uma conexão trivial. Os pesquisadores investigaram 125 participantes do Rio de Janeiro e da Califórnia e o que observaram foi que quanto maior o comprometimento cognitivo, menores os níveis de carnitina no sangue – e isso foi observado em ambos os grupos, o que sugere que se trata de uma correlação robusta, não tem relação com particularidades da população brasileira. Os resultados da pesquisa financiada pelo Instituto Serapilheira foram publicados na revista Psiquiatria Moleculardo grupo Natureza.
O que a carnitina tem a ver com a função cerebral?
A carnitina é uma molécula intimamente relacionada ao metabolismo da gordura, mas pesquisas conduzidas por Carla Nascacoautor do estudo e cientista da Universidade de Nova York, mostrou que seus derivados têm um importante papel regulatório. “Estas moléculas atuam no cérebro através da regulação epigenética”, explica Lourenço. “A acetil L-carnitina, por exemplo, atua fortalecendo as sinapses.”
Este é um mecanismo que ainda precisa ser mais investigado, mas é possível que as respostas estejam por aí. O epigenética é um mecanismo regulador que pode fazer com que um gene seja ativado ou desativado sem causar uma alteração permanente no DNA. Ao atuar sobre esses genes para fortalecer as sinapses – conexões entre os neurônios – é possível que essas moléculas desempenhem um papel protetor, mantendo o bom funcionamento do cérebro.
Mas por que não existe uma ligação entre a carnitina e a doença de Alzheimer nos homens? A hipótese dos pesquisadores é que, ao reduzir o nível de carnitina, essas mulheres ficam mais expostas ao comprometimento cognitivo. Já nos homens, os níveis dessa molécula são naturalmente mais baixos, o que sugere que outros fatores têm efeito mais importante nesse grupo do que a substância investigada neste estudo.
É importante notar, no entanto, que esta é apenas uma hipótese. “A epigenética certamente desempenha um papel na doença de Alzheimer, mas este é um estudo associativo e, portanto, ainda é muito cedo para dizer que esta é a explicação causal”, diz ele. Diogo Haddadchefe do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Apesar disso, ele ressalta que o estudo é muito importante: muitas doenças neurodegenerativas afetam mais mulheres, mas em muitas delas, principalmente no Alzheimer, as investigações são muito focadas nas proteínas, sem levar em conta outras moléculas que possam estar envolvidas nesse processo. . “Neste estudo há uma novidade que abre espaço para um novo campo de investigação”, afirma.
Como a carnitina pode ajudar no diagnóstico e tratamento?
Embora encorajador, este é apenas um estudo inicial e, nos próximos anos, os investigadores tentarão investigar mais detalhadamente o mecanismo que liga a carnitina à saúde cognitiva nas mulheres. “Por enquanto ainda não é possível afirmar, por exemplo, que a suplementação com carnitina possa trazer algum benefício aos pacientes”, afirma Haddad.
Na verdade, a utilização deste conhecimento no tratamento de pacientes ainda está muito distante, mas é muito provável que num futuro próximo possa ser utilizado para melhorar o diagnóstico. Isso porque o estudo mostrou o potencial de analisar essa substância como um biomarcador. “Principalmente nos casos de diagnóstico impreciso, quando a conclusão dos dados não é clara, observar os níveis séricos de carnitina pode ajudar a entender se o paciente tem ou não a doença”, explica Lourenço.
Como prevenir a doença de Alzheimer?
Até que isso aconteça, os pesquisadores apontam a importância da prevenção. Hoje, o número de casos de Alzheimer está a crescer especialmente nos países em desenvolvimento, onde a dieta e o estilo de vida não são favoráveis à saúde. Isto é importante porque os factores comportamentais, que são portanto modificáveis, desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença. Aqui estão as principais medidas para evitar que isso aconteça:
- Aprendizagem constante: Já está muito bem estabelecido entre os profissionais que a educação é um importante fator de proteção para a demência, portanto, aprender coisas novas é uma boa forma de prevenir o desenvolvimento dessas condições
- Participação social: Foi demonstrado que a solidão é um fator importante no declínio cognitivo, portanto, estar envolvido em grupos sociais também pode ser um importante fator de proteção.
- Cuidado com doenças crônicas: doenças metabólicas como diabetes, hipertensão e obesidade estão intimamente relacionadas com a demência, pelo que preveni-las é uma forma relevante de evitar doenças neurodegenerativas
- Saúde auditiva e visual: Pesquisas recentes mostram que a perda auditiva e visual pode ser um fator de risco para demência
- Estilo de vida saudável: Fatores como dieta e exercício físico são essenciais para manter o bom funcionamento do organismo e evitar a maioria dos outros fatores de risco relacionados ao Alzheimer
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