Agnaldo Rayol: quedas de idosos tendem a aumentar a partir dos 80 anos – Jornal Estado de Minas

Agnaldo Rayol: quedas de idosos tendem a aumentar a partir dos 80 anos – Jornal Estado de Minas



O Brasil foi surpreendido com a notícia da morte do cantor Agnaldo Rayol, de 86 anos. Ele caiu em sua casa, na Zona Norte de São Paulo, e não resistiu. Esse tipo de acidente doméstico é mais comum do que você imagina. Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia afirmam que 40% das pessoas com mais de 80 anos sofrem quedas todos os anos. A pior consequência de quem cai e bate a cabeça é o risco de hematoma subdural, que é quando o sangue se acumula na região entre o crânio e a superfície do cérebro; isso pode ocorrer até 30 dias após a falha.

Outro risco para os idosos que caem são as lesões ósseas, principalmente na pelve e nas pernas. Segundo o ortopedista Cleber Furlan, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), uma pessoa jovem e saudável apresenta maior flexão de joelhos, quadris e tornozelos, ou seja, está sempre adaptada a qualquer desequilíbrio na marcha.

Nos idosos, porém, a marcha torna-se mais lenta devido à osteoartrite do joelho, quadril ou coluna, que altera o ângulo de pisada de acordo com o desgaste das articulações e sua adaptação à nova realidade do envelhecimento.

A diminuição da mobilidade no joelho, tornozelo e quadril, além de dores nas costas, compromete o equilíbrio e a marcha, principalmente em idosos. Isto pode levar a um padrão de caminhada mais lento e desequilibrado, aumentando o risco de quedas. Doenças como o diabetes contribuem para a perda de sensibilidade nos pés, afetando a propriocepção e aumentando a probabilidade de quedas. Estudos indicam que cerca de 29% dos idosos no Brasil caem anualmente, sendo que 40% dos maiores de 80 anos sofrem quedas frequentes.

“A coluna, às vezes com dor, acaba inclinando o corpo para frente, ou seja, alterando a marcha e o ponto de apoio dos pés, o que compromete o centro de equilíbrio do corpo, normalmente localizado próximo à região do umbigo”, explica. Cléber Furlan.

Como prevenir

Para minimizar esses riscos, é essencial adaptar o ambiente. Por exemplo, evitar tapetes perto da cama pode evitar tropeços, enquanto a altura das camas e sofás deve ser ajustada para facilitar a entrada e saída, reduzindo a pressão nas articulações. Rampas com baixo grau de inclinação, em vez de escadas, e barras de apoio em locais estratégicos ajudam na estabilidade e segurança.

A escolha do calçado também é fundamental: recomenda-se calçado confortável e que caiba bem e meias antiderrapantes, pois os chinelos podem causar tensão excessiva no tornozelo. No banheiro, a altura do vaso sanitário deve ser adequada para facilitar o uso, e as barras de segurança são essenciais para evitar quedas durante o banho.

“As barras espalhadas pela casa, principalmente nos locais onde você senta e fica em pé, são essenciais para diminuir o peso ou a força exercida nas articulações, principalmente nos membros inferiores, e ajudam no equilíbrio, pois há um desequilíbrio devido ao próprio envelhecimento, tanto desequilíbrio dinâmico e estático”, acrescenta o ortopedista.

Na cozinha e na lavanderia, a altura dos armários e varais deve permitir que os idosos não se inclinem excessivamente, evitando assim lesões. Cadeiras com quatro pernas são preferíveis aos bancos para evitar desequilíbrios.

Além disso, as tomadas devem estar em alturas acessíveis, evitando posturas desconfortáveis ​​que podem resultar em quedas. Essas adaptações são essenciais para garantir a segurança e a qualidade de vida dos idosos.

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