Adesivos para acne funcionam? Entenda as vantagens e desvantagens – Jornal Estado de Minas

Os adesivos para acne, também conhecidos como adesivos secativos para espinhas, são produtos recomendados para casos de espinhas superficiais inflamadas e contêm princípios ativos que previnem infecções e aceleram a cicatrização da área lesionada. Esta tecnologia não pode ser considerada um tratamento, pois trata apenas casos superficiais.

“Os adesivos para secar espinhas devem ser considerados mais uma solução adjuvante do que um tratamento primário para acne. São eficazes no manejo de lesões inflamatórias isoladas, ajudando a acelerar a recuperação da pele e minimizar o aparecimento de espinhas”, afirma a médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Lilian Brasileiro.

“Não são considerados tratamentos para acne porque seu efeito é apenas localizado e passageiro”, considera a dermatologista e sócia titular da SBD, Mônica Aribi. “Ou seja, eles não abordam as causas subjacentes da acne, como alterações hormonais, produção excessiva de sebo ou folículos capilares bloqueados. Embora sejam uma ferramenta útil para aliviar sintomas e prevenir complicações, o tratamento abrangente da acne geralmente requer uma combinação de abordagens terapêuticas, incluindo cuidados tópicos e sistêmicos conforme necessário”, acrescenta Lilian.

Segundo a dermatologista e integrante da SBD, Claudia Marçal, os adesivos agem provocando um processo de cauterização da pele. “A grande maioria possui ácido salicílico em sua formulação em concentrações que variam de 0,5 a 2%. Muitos pacientes não devem utilizá-los porque o ácido salicílico é um pouco irritante para algumas peles mais sensíveis, reativas ou com tendência a dermatites, como dermatite atópica e dermatite seborreica”, afirma a dermatologista.

“Esse processo de cauterização ocorre porque o ácido salicílico é um beta-hidroxiácido e tem propriedades queratolíticas, ou seja, remove o estrato córneo”, completa. Lilian Brasileiro lembra que “o adesivo também protege a área de contaminação externa e evita a manipulação direta, que pode causar irritações ou cicatrizes adicionais”.

Vantagens e desvantagens

Quanto aos pontos positivos deste recurso, Lilian Brasileiro destaca a eficácia dos componentes adesivos. “São formulados para tratar espinhas localizadas, contendo princípios ativos como ácido salicílico, enxofre ou peróxido de benzoíla, que ajudam a reduzir a inflamação, eliminar bactérias na região das espinhas, desobstruir os poros e ainda controlar a produção de sebo. , mantendo a área afetada menos oleosa.” Esta aplicação localizada permite um alívio rápido de sintomas como vermelhidão e inchaço.

“As vantagens são que o ácido salicílico é aplicado de forma mais rápida e profunda, provocando uma melhora mais rápida das pústulas”, explica Mônica Aribi. Por outro lado, podem ter efeitos adversos, como ressecamento. “As desvantagens incluem causar irritação no local, ser muito agressivo e poder ferir a região”, afirma.

Segundo Lilian Brasileiro, além disso, os adesivos não são suficientes para casos de acne grave ou recorrente, que necessitam de outros tratamentos. “Em geral, esses produtos são seguros para a maioria das pessoas, mas é recomendado evitar o uso em áreas com pele extremamente irritada, feridas abertas ou condições dermatológicas que possam ser agravadas pelo adesivo. É aconselhável realizar um teste de compatibilidade para garantir que não haja reações adversas.”

Tempo de ação

Claudia Marçal destaca a necessidade de ficar atento ao tempo de ação dos adesivos, principalmente em possíveis casos alérgicos. “O ideal é deixar agir por 12 horas e não menos que um período de oito horas. Se a pele for muito sensível, podemos reduzir esse tempo para quatro a seis horas, porém, pode haver perda de eficácia”, pondera.

O período de aplicação do adesivo também pode variar os resultados. “A aplicação noturna é vantajosa porque permite que o adesivo permaneça em contato com a pele por várias horas sem interrupção, potencializando seus efeitos. O período prolongado de contato ajuda a reduzir a inflamação, absorver o exsudato (líquido de uma lesão) da coluna e acelerar o processo de cicatrização. Além disso, dormir com o adesivo reduz a exposição a fatores externos que podem comprometer sua eficácia e oferece tratamento contínuo para a lesão”, recomenda Lilian Brasileiro.

Adesivos hidrocolóides

Os hidrocolóides formam outro grupo de adesivos que funcionam de forma semelhante. “O adesivo hidrocoloide serve para absorver secreções formadas por lesões inflamatórias, não só de acne, mas também de cicatrizes”, relata Mônica Aribi. Ou seja, por se tratar de uma ferramenta voltada para feridas mais profundas, esses adesivos podem apresentar diferentes compostos.

“Os hidrocolóides são adesivos que auxiliam no processo de cicatrização, absorvendo as secreções que estão presentes na pele. Podem ser usados ​​em feridas, áreas exsudativas e áreas que necessitam de proteção, pois muitas vezes a pele não possui a integridade de sua função de barreira”, afirma Claudia Marçal.

Lilian Brasileiro lista as diferenças entre as duas tecnologias. “A principal diferença entre os adesivos hidrocolóides e os adesivos secantes para espinhas é que estes últimos contêm ingredientes ativos direcionados especificamente ao tratamento da acne, como ácido salicílico, peróxido de benzoíla ou enxofre. Esses ingredientes não apenas ajudam a secar a espinha, mas também tratam a inflamação e os poros entupidos. Por outro lado, os adesivos hidrocolóides são mais focados na proteção e na absorção de fluidos, criando um ambiente favorável para a cura, mas podem não tratar diretamente a acne de forma tão eficaz quanto os adesivos secantes, que contêm ingredientes terapêuticos.”

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