O verão e as férias são um período de alegria e descanso para as crianças, pais e encarregados de educação, mas também de aumento da ocorrência de acidentes e doenças evitáveis típicos desta época. Em relação aos afogamentos, a média no Brasil é que três crianças e adolescentes morram por essa causa por dia. Acidentes domésticos e quedas são os principais motivos de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil. Simples medidas preventivas podem evitar estas situações, bem como doenças típicas da estação, como infecções de ouvido, conjuntivite e desidratação.
“Os dados mostram que 90% dos acidentes e muitos problemas de saúde no verão são evitáveis. A atenção e cuidado dos pais e responsáveis fazem toda a diferença. Medidas simples, como supervisão e boas práticas, salvam vidas”, explica o pediatra da Rede Hospitalar São Camilo de São Paulo, Hamilton Robledo.
Números alarmantes de afogamentos
Segundo pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), todos os dias, em média, três crianças e adolescentes morrem por afogamento no Brasil. Para a entidade, que analisou registos de óbitos entre os anos de 2021 e 2022, o número levanta um sinal de alerta, uma vez que este tipo de fatalidade é completamente evitável, mas continua a ocorrer com frequência.
No período analisado, foram mais de 2.500 vítimas fatais desse tipo de acidente, sendo a faixa etária mais vulnerável a de um a quatro anos (943 óbitos) e os adolescentes de 15 a 19 anos (860 óbitos). A maioria dos afogamentos acontece em piscinas, banheiras, baldes e bacias, principalmente em ambientes fechados, por falta de supervisão adequada.
Hamilton Robledo recomenda que bebês a partir dos seis meses sejam colocados na natação, se possível, como forma de preparar a criança e dar-lhe uma ideia de como flutuar ou segurar-se na borda da piscina. Ele destaca ainda que as bóias mais seguras são aquelas que circundam o corpo e os braços da criança, evitando que ela afunde. “Em relação às idas à praia, uso de protetor solar e hidratação constante para evitar queimaduras e insolação”, orienta.
Acidentes domésticos e quedas
Dados da ONG Criança Segura estimam que os acidentes domésticos causam mais de 3,3 mil mortes e cerca de 112 mil internações por ano entre crianças de um a 14 anos no Brasil. Em relação às internações, as quedas são o motivo mais comum. Eles ocorrem a partir de sofás, camas, janelas, lajes, playgrounds e passeios na rua.
A maioria dos acidentes ocorre durante as férias escolares, fins de semana ou durante o verão. A maioria é registrada no final da tarde e início da noite. “Durante as reuniões familiares nesta época do ano, ou com amigos, os pais podem ficar mais distraídos, principalmente se estiverem sob efeito de álcool”, alerta a pediatra.
“Os pais devem concordar em ter sempre alguém cuidando dos filhos”, aconselha Hamilton Robledo. Ele reforça ainda que as crianças de dois anos não têm medo e não têm noção de perigo, além de serem curiosas, aventureiras e não terem percepção ampliada do local onde estão.
Doenças e recomendações comuns no verão
Desidratação e insolação
A desidratação e a insolação são preocupações recorrentes, principalmente devido às altas temperaturas e à exposição solar prolongada sem hidratação adequada. Recomenda-se incentivar a ingestão de água. A quantidade varia conforme a idade: até 1 litro para bebês e até 2,4 litros para adolescentes.
Recomenda-se também evitar a exposição solar entre 10h e 16h e usar roupas leves, chapéus e protetor solar adequado, reaplicado a cada duas horas após água ou suor. Escolha opções de protetor solar mineral para crianças menores de dois anos e aplique antes da exposição. Não se esqueça de chapéus, óculos de sol com proteção UV e sombra disponível.
Otite externa (infecção no ouvido)
Conhecida como “orelha de nadador”, é comum após nadar na piscina e no mar. Recomenda-se secar bem os ouvidos após nadar e, se necessário, usar tampões especiais.
Conjuntivite
O cloro das piscinas e os alérgenos do mar podem irritar os olhos. Lavar com solução salina após o mergulho ajuda a prevenir isso.
Picadas de insetos
Use repelentes adequados para a idade e roupas de proteção. As crianças são mais vulneráveis em áreas húmidas ou ao anoitecer.
Diarréia aguda
Geralmente causada por água ou alimentos contaminados, especialmente durante viagens. Preste atenção na alimentação servida às crianças para evitar infecções intestinais. Evite também consumir produtos de vendedores ambulantes cuja qualidade e origem não sejam conhecidas.
Sinais como cheiro azedo, ácido ou fermentado; aparecimento de manchas escuras, acinzentadas ou amareladas, ou presença mínima de mofo, além de alterações no sabor e na embalagem indicam que o alimento deve ser descartado.
Acidentes e segurança
Afogamento
Piscinas e praias são o foco das atenções. Instale barreiras nas piscinas residenciais e supervisione sempre as crianças perto da água. Aulas de natação desde cedo são recomendadas.
Acidentes domésticos
Coloque redes de proteção nas janelas e varandas. Mantenha produtos de limpeza e medicamentos fora do alcance e evite baldes ou recipientes cheios de água, que podem causar afogamento.
Queimaduras e choques elétricos
Evite alças de panelas expostas e proteja as tomadas em casa. A supervisão constante ainda é a melhor forma de prevenir acidentes.
alimentação saudável
Priorize frutas, verduras frescas e alimentos leves. Evite maionese e laticínios não refrigerados, que aumentam o risco de intoxicação alimentar.
Números de telefone de emergência
Em situações de acidente, os pais podem ter dificuldade em lembrar os detalhes de contato para pedir ajuda. Vale guardar os dados de contato do Corpo de Bombeiros e do SAMU no celular ou colar na porta da geladeira:
Corpo de Bombeiros: 193
SAMU: 192
“Com os devidos cuidados e atenção, os pais devem aproveitar a época para incentivar também a atividade física e controlar o tempo excessivo de tela, limitando-o a duas horas diárias. As brincadeiras ao ar livre combatem o sedentarismo, estimulam a socialização e constroem memórias essenciais para a saúde física e emocional de crianças e adolescentes”, recomenda a especialista.
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