Embora essa estatística possa causar preocupação, a médica Flavia Pieroni, assessora científica da São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica, defende uma visão mais positiva do emagrecimento, que, segundo ela, não precisa ser drástico para começar a trazer benefícios. significativo para a saúde.
Segundo o médico, uma redução de 5% a 15% no peso corporal pode muitas vezes resultar em melhorias notáveis, incluindo regulação da pressão arterial, redução dos níveis de colesterol, controle do diabetes e até remissão em casos selecionados.
A perda moderada também pode aliviar os sintomas da apnéia do sono, reduzir a dor nas articulações e melhorar a mobilidade. Esses avanços estão diretamente relacionados à redução do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral.
Em relação às condições de saúde pré-existentes, como diabetes tipo 2 e hipertensão, Flavia Pieroni afirma que a redução do peso corporal pode ter um impacto transformador. “Estudos mostram que perder pelo menos 15% pode levar à reversão do diabetes tipo 2 nos primeiros anos após o diagnóstico, desde que a perda seja sustentada. Da mesma forma, a cada 5% de peso perdido, a pressão arterial pode diminuir entre 20% e 30%, resultando em menor dependência de medicamentos e melhorando a saúde cardiovascular”, explica.
Para quem deseja alcançar e manter essa perda moderada de peso de forma sustentável, o médico recomenda mudanças abrangentes no estilo de vida. Isso envolve uma alimentação balanceada, priorizando proteínas e fibras, e reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados e açúcares.
“A prática regular de atividade física, incluindo exercícios aeróbicos e resistidos, é fundamental para preservar a massa muscular e manter o metabolismo ativo. Além disso, o planejamento alimentar ajuda a evitar escolhas alimentares impulsivas, e estabelecer metas realistas é essencial para manter a motivação e a autoestima”, explica a médica.
Também desmistifica algumas crenças sobre a perda de peso, como a ideia de que é necessário atingir um peso “ideal” ou um IMC abaixo de 25 para ser considerado saudável. Ela ressalta que emagrecer qualquer peso é valioso e que o foco deve ser nas conquistas individuais, independentemente de atingir ou não um peso considerado “magro”.
Num mundo onde a obesidade é muitas vezes vista apenas como um problema, a mensagem do médico é clara: o tratamento da obesidade deve ser contínuo e abrangente, com apoio profissional para ajudar na adoção de mudanças duradouras no estilo de vida. Afinal, a saúde vai além do número da balança e cada passo rumo ao bem-estar deve ser comemorado.
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