A “insurgência” de operadoras contra propostas da…

A “insurgência” de operadoras contra propostas da…



Os operadores de planos de saúde estão se insurgindo contra propostas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (RESPOSTA) para alterar uma série de regras consideradas estruturantes para o setor, incluindo os critérios de cálculo dos reajustes e o percentual máximo de coparticipação.

Uma das minutas que o órgão colocou em consulta pública obrigaria as empresas a agrupar contratos de até 1.000 beneficiários no mesmo cálculo de reajuste, para diluir o risco. Hoje, apenas os contratos com até 29 beneficiários são agrupados no chamado “pool de risco”.

O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Gustavo Ribeiroafirma que levará ao Ministério da Fazenda a preocupação do setor com as propostas da ANS.

“É uma questão que tem um impacto brutal na inflação não só do setor médico e de saúde, mas na inflação nominal”, afirma o executivo. Desde dezembro, a Abramge pediu à ANS a suspensão e depois a prorrogação do período de consulta pública, mas o órgão manteve o prazo final para contribuições em 3 de fevereiro.

A “insurgência” das operadoras de planos de saúde contra as normas colocadas em consulta pública, explica Ribeiro, se deve a um “cavalo de pau” no discurso da ANS, que, segundo ele, ao longo do ano passado, havia sinalizado às empresas que iriam deixar o mercado “respirar” de acordo com sua própria dinâmica, com menos interferência estatal.

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“Esse pacote da ANS toca em questões fundamentais do setor”, afirma o presidente da Abramge. “Não sei, no mundo, como é possível reunir quatro, cinco, seis pontos cruciais e ter essa discussão em um único bloco.”

O advogado Silvio Guidisócio do SPLAW, alerta que, caso as propostas se transformem em resoluções normativas da ANS, as operadoras poderão inviabilizar o acesso a alguns produtos. Ele defende outro foco para 2025: que o Congresso atualize o marco regulatório do setor como um todo, já que a atual Lei dos Planos de Saúde data de 1998.

“O que a ANS está dizendo às operadoras é ‘vocês não perderão dinheiro, porque serão indenizados com os lucros que obtiveram em contratos que não foram deficitários’”, explica o advogado.

“O problema começa a ser que isso tira o incentivo da operadora de prestar um bom serviço, olhar com atenção essas carteiras e fazer uma boa gestão. A ANS argumenta que não está tirando esse estímulo, mas sim reduzindo as chances de as empresas manterem os contratos por 12 meses e depois rescindi-los”, acrescenta.



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