A importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em mulheres jovens – Jornal Estado de Minas

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres com mais de 50 anos, também pode afetar mulheres mais jovens. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 4% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres com menos de 40 anos. Mostrando que, apesar de mais raro, o câncer de mama em jovens é uma realidade e deve ser tratado com cautela, principalmente pelas particularidades de diagnóstico e tratamento para essa faixa etária.

O câncer de mama em mulheres mais jovens tende a ser mais agressivo e costuma ser diagnosticado em estágios mais avançados. Isso ocorre porque, na maioria dos casos, as mulheres jovens não realizam mamografias regulares, entre outros fatores. Além disso, mamas mais densas dificultam a detecção precoce por meio de exames de imagem. Tudo isso pode contribuir para um diagnóstico tardio, quando o tumor já está em estágio avançado, dificultando o tratamento.

Outro desafio é que as mulheres jovens muitas vezes não associam os sintomas do cancro da mama à possibilidade de estarem doentes. Sinais como caroços ou alterações no formato da mama podem ser ignorados ou confundidos com outras condições, como cistos benignos. A falta de informação e de sensibilização sobre os perigos do cancro da mama entre os jovens torna difícil a procura precoce de aconselhamento médico.

“É importante que a mulher fique atenta e observe as alterações visuais, como inchaço, vermelhidão, alterações no formato das mamas e secreções anormais dos mamilos. Caso seja percebido algum sinal incomum, é fundamental procurar imediatamente um médico”, destaca a coordenadora do curso de fisioterapia do Centro Universitário Newton Paiva, Paula Mota.

Fatores de risco, como histórico familiar de câncer de mama, mutações genéticas, exposição à radiação e uso de hormônios, podem aumentar a probabilidade de uma mulher jovem desenvolver a doença. Por isso, para quem está nesse grupo, é recomendado fazer exames preventivos desde cedo e adotar um estilo de vida saudável, o que pode ajudar a reduzir os riscos.

O impacto do cancro da mama não se restringe apenas à saúde física, mas também afecta a saúde emocional. As mulheres diagnosticadas podem enfrentar problemas de fertilidade, pois o tratamento pode comprometer a sua capacidade de ter filhos. Além disso, o impacto na autoimagem e na vida sexual pode ser intenso, pois a cirurgia e outros tratamentos podem alterar permanentemente o corpo.

O tratamento em mulheres mais jovens tende a ser mais agressivo devido à natureza mais ativa do tumor nesta faixa etária. Isso significa que muitas dessas mulheres passam por tratamentos combinados, como quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, mastectomia. “Como acontece com todas as doenças, os sintomas aparecem quando o problema está mais avançado e isso dificulta a cura, que é o que realmente queremos para todos”, afirma o especialista.

Campanhas para enfatizar a importância do autoexame e da atenção aos sinais corporais são essenciais para o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores serão as chances de um tratamento bem-sucedido e menos invasivo. As consultas regulares, principalmente para quem tem histórico familiar, e a adoção de hábitos saudáveis, são essenciais na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama.

“O Outubro Rosa é uma data que deve ser sempre lembrada, com o objetivo de fornecer informações para que as mulheres prestem cada vez mais atenção aos sinais do seu corpo, não só em relação ao câncer de mama, e como buscar ajuda precocemente melhora a perspectiva de vida” , ressalta Paula.

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