63% dos pais nunca falaram sobre morte com filhos pequenos, diz estudo – Jornal Estado de Minas

63% dos pais nunca falaram sobre morte com filhos pequenos, diz estudo – Jornal Estado de Minas



Segundo pesquisa da University College London, realizada em 26 países, incluindo o Brasil, 63% dos pais de filhos entre 5 e 10 anos nunca conversaram com eles sobre a morte, 21% tiveram apenas uma conversa sobre o assunto e 16% falaram abertamente com seus filhos.

Segundo a psiquiatra geral e de crianças e adolescentes, pesquisadora e supervisora ​​da residência em psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), Danielle H. Admoni, é normal ter medo de falar sobre a morte com uma criança. “No entanto, por mais desconfortável que seja, os pais nunca devem se esquivar, omitir ou mentir. Minimizar uma perda fará com que a criança crie pensamentos distorcidos e incompatíveis com a realidade, gerando consequências para o desenvolvimento psíquico da criança”, explica o especialista da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Segundo a psicóloga fundadora da Clínica Ame.C e pós-graduada em psicanálise e saúde mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, Mônica Machado, conversar sobre o assunto com a criança pode ajudá-la a compreender gradativamente a finitude da vida e prevenir possíveis traumas no futuro. “Vale lembrar que as crianças não devem ser rotuladas como incapazes de lidar com uma perda. Abordar a morte de forma sensível e adequada à idade pode ajudar a mitigar o impacto emocional e promover uma compreensão saudável do ciclo de vida”, reforça.

Em referência ao Dia Nacional do Luto, nesta quarta-feira (19/6), saiba como abordar o tema com seu filho:

Quem deve falar com a criança?

“A pessoa deve ser referência de confiança, de vínculo com a criança. Tenha olhar acolhedor, escuta atenta e aceitação de reações. Isso é fundamental para que ela consiga processar as informações com total liberdade para expressar suas emoções”, afirma Mônica Machado.

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Como iniciar a conversa?

O ideal é fazer primeiro uma pesquisa, segundo Danielle Admoni. “Pergunte o que eles entenderam, para você ter uma ideia de quanta informação a criança tolera e evitar expor mais do que o necessário. Nem todos eles suportam muitos detalhes.”

E quando ela faz as mesmas perguntas repetidamente?

O psiquiatra aconselha que você tenha muita paciência. “Quando surgir uma pergunta repetida, use sempre a mesma explicação, mas varie as palavras. Ampliar o repertório pode deixar a criança um pouco menos confusa, mesmo que ela não tenha uma compreensão completa do que significa a morte”, argumenta Danielle Admoni.

Nunca associe a morte com sono ou viagens

Jamais invente histórias como: “dormiu, descansou” ou “viajou para longe”. “As crianças entendem as frases exatamente como são ditas e isso pode impactar negativamente no seu dia a dia”, aponta a psicóloga Mônica Machado. Segundo ela, a criança terá a ilusão de que a pessoa que morreu está apenas dormindo e vai acordar a qualquer momento.

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Ou, pelo contrário, você acha que alguém vai dormir e nunca mais acordar, o que pode comprometer o seu sono. Ela também pode começar a deduzir que todo mundo que viaja nunca mais volta, e começar a ter crises toda vez que o pai ou a mãe viaja a trabalho, por exemplo.

“Outra história que se conta com frequência é que a pessoa virou uma estrelinha. Imagine uma criança olhando para o céu e pensando que todas as estrelas são pessoas mortas?” pergunta Mônica Machado.

Nunca ignore o que seu filho sente e pensa

Dê ao seu filho espaço e oportunidades para expressar, à sua maneira, seus medos, sentimentos e milhões de dúvidas.

“Mostre que você se importa. Ouça até o fim, sem interrupções. Deixe para falar apenas quando tiver certeza de que ele disse tudo o que precisava dizer. Essa postura fará com que seu filho se sinta confortável para abrir suas emoções”, explica Danielle Admoni.

Não esconda seus sentimentos

“Você não quer passar a imagem de que está tudo bem. Em vez disso, exponha suas emoções e chore se tiver vontade. Isso fará com que a criança perceba que seu próprio sentimento é normal. Mostre que, assim como seu filho, você também está muito triste, e isso é absolutamente natural”, explica Mônica Machado.

A criança deve ir a velórios ou funerais?

Não deve ser forçado, mas a criança pode beneficiar da participação juntamente com adultos. Os rituais ajudam todos a vivenciar melhor a despedida, inclusive os mais pequenos. Os especialistas concordam que velórios e enterros não traumatizam as crianças.

“Explique com bastante antecedência como é o velório ou sepultamento e pergunte se ela quer ir. A criança precisa saber de antemão que ficará triste e que muita gente estará chorando. Não decida pela criança que ela deve ficar de fora, mas também não a force a ir se ela não quiser, e não deixe que ela se sinta culpada se não for”, explica Danielle Admoni.

Apoio é essencial

Segundo Mônica Machado, é preciso entender que o luto é um processo, não um acontecimento. “Isso significa que leva tempo e cada criança precisará do seu para superar a perda. Pressionar a criança para que volte à vida normal, sem dar o tempo necessário, acarretará outros problemas ou reações negativas.”

Para a psiquiatra, é natural que as crianças apresentem alterações comportamentais, como choro com facilidade, episódios de raiva, agitação e medo de ir à escola. “No começo, deixe que ele se expresse como preferir, sem julgamentos. Há quem prefira chorar e gritar. Outros precisam de solidão e silêncio para absorver informações. Permita que seu filho experimente emoções de acordo com seu temperamento, mas fique sempre por perto.”

Quando procurar ajuda profissional?

É necessário observar episódios de raiva ou hostilidade excessiva, ou quando a criança não expressa qualquer luto, ou casos de ansiedade e desmotivação que interfiram nas atividades diárias, que duram semanas. “Se chegar a esse ponto, é hora de buscar apoio de profissionais da psicologia e/ou psiquiatria”, alerta Danielle Admoni.



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