Lula quer candidatura única do PT em BH e base unida na Assembleia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cogita vir a Minas Gerais para resolver questões políticas internas do Partido dos Trabalhadores (PT). Preocupado com as eleições municipais em Belo Horizonte e a divisão da base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o chefe do Executivo nacional vê a necessidade de visitar o estado para buscar a unificação.

A decisão foi tomada durante reunião com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a tesoureira nacional do partido, Gleide Andrade, responsável pelas candidaturas no estado.

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O primeiro ponto de Lula é a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) em Belo Horizonte. Havia a possibilidade de o presidente apoiar o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), na disputa, mas, no dia 6 de maio, o PT bateu com o martelo e aprovou o nome do parlamentar para a eleição na capital mineira .

A chegada do presidente, segundo fontes internas do PT, seria para reiterar a importância da candidatura própria em BH. A intenção é entrar em campo para poder acelerar uma unidade do campo esquerdo.

Na semana passada, Rogério Correia participou de reunião com a também pré-candidata Duda Salabert (PDT). Além da deputada, estiveram presentes Gleisi Hoffmann e o presidente do PDT, Carlos Lupi. O encontro sinalizou a primeira tentativa de união do campo de esquerda na disputa eleitoral, considerando que o bolsonarismo tem um único candidato: o deputado estadual Bruno Engler.

Também na semana passada, a Federação PSOL/Rede anunciou que a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) será sua pré-candidata a prefeita de Belo Horizonte. A decisão foi tomada por membros do diretório municipal e excluiu a deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede) da disputa. Porém, nos bastidores, a conversa é diferente. Caso Duda concorde em deixar Rogério na chefia da chapa, Bella também poderá abandonar sua candidatura.

A base está enfraquecida

O segundo ponto de Lula é buscar uma conversa com a base da ALMG. Desde sua última visita ao estado, quando deputados aliados foram impedidos de entrar no evento do qual o presidente participava, a relação ficou tensa. O problema só aumentou quando, em reunião realizada em Brasília, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um acordo entre os governos federal e estadual para transformar o Hospital Regional em Hospital Universitário, em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei. -Rei (UFSJ).

Após o anúncio, os líderes estaduais da federação Brasil da Esperança, grupo de partidos aliados ao governo Lula, e também do regional Partido dos Trabalhadores (PT), emitiram notas rejeitando a forma como ocorreram as negociações.

No texto, foi destacada a falta de presença dos parlamentares mineiros durante o anúncio. Ao lado de Camilo estavam o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo), ambos notórios críticos do governo Lula e rivais da base progressista na ALMG.

Os parlamentares também destacaram a ausência de lideranças partidárias que trabalhem nessa questão junto ao governo federal. A federação destacou ainda que “é estranho que o anúncio da parceria – necessário! – ser feito ao lado de adversários do presidente Lula, e não com aliados.” Além disso, outro ponto destacado pelo grupo foram os “confrontos diretos com o prefeito, irmão do senador Cleitinho, nos últimos anos”. Para eles, a ausência dos parlamentares demonstra desrespeito e falta de compromisso com a federação mineira.

Por isso, durante sua visita, Lula deverá conversar com os deputados mineiros para garantir que erros como esses não sejam mais cometidos pelo governo federal. Ficou acertado também que, assim que as obras forem concluídas em Divinópolis, o presidente fará uma segunda visita, com destaque para a coordenação dos parlamentares envolvidos nas negociações com o governo petista.