Gaza: Quase 1 milhão de pessoas deixaram Rafah “em busca de segurança inexistente”

Gaza: Quase 1 milhão de pessoas deixaram Rafah “em busca de segurança inexistente”


A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que quase 1 milhão de pessoas deixaram a província de Rafah “em busca de uma segurança que não existe em nenhum lugar de Gaza”.

Esta terça-feira, a agência descreveu uma “situação terrível, incluindo o agravamento da situação da água e do saneamento e os efeitos do clima quente do verão”. Há receios de um aumento das doenças transmissíveis, incluindo diarreia, erupções cutâneas, hepatite A e a possível expansão dos níveis de desnutrição.

Unrwa perdeu dezenas de funcionários entre outubro e dezembro em Gaza

Piora da situação da água e do saneamento

A OMS destaca que o deslocamento da população palestina afeta a prestação de cuidados de saúde devido à movimentação de pessoal que trabalha na área. Muitos profissionais de saúde ou voluntários estão assustados e cansados.

A ONU e os seus parceiros expressaram profunda preocupação com as detenções “desumanas” de supostos combatentes palestinianos levadas a cabo pelas autoridades israelitas em Gaza, numa área marcada por bombardeamentos durante a noite de segunda-feira. As denúncias de maus-tratos incluem casos de amputação devido ao uso prolongado de algemas.

Para responder às grandes necessidades, as entidades parceiras “precisam de se reestruturar e movimentar com a população”. A agência da ONU alerta que há “simplesmente um número decrescente de profissionais de saúde no trabalho”.

Vítimas do ataque de domingo a Tal Sultan

A OMS sublinha também que apoia a assistência às vítimas após o ataque de domingo em Tal Sultan, a noroeste de Rafah, num campo de deslocados que alegadamente matou 35 pessoas. Entre eles estavam mulheres e crianças.

Os feridos foram atendidos no Ponto de Estabilização do Trauma apoiado pela OMS, bem como nos hospitais de campanha das ONG UKmed e IMC. O tipo de intervenção ficou ainda mais sobrecarregado.

Após o incidente, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou o ataque que “matou dezenas de civis inocentes que apenas procuravam abrigo”. Disse que não há lugar seguro em Gaza e que o “horror tem de parar”.

Num novo relatório, a Agência de Assistência aos Refugiados Palestinianos, Unrwa, afirmou que a guerra em Gaza teve um sério impacto na saúde e no bem-estar dos refugiados, com um aumento de ferimentos, traumas e problemas de saúde mental.

As pessoas em Gaza foram deslocadas várias vezes e vivem em abrigos improvisados

As pessoas em Gaza foram deslocadas várias vezes e vivem em abrigos improvisados

Acesso limitado à água potável

A destruição das infra-estruturas e dos transportes complicou ainda mais a prestação de cuidados de saúde, agravando as limitações das condições de vida das vítimas e limitando o acesso à água potável.

Um terço das crianças com menos de dois anos de idade no norte de Gaza sofre de subnutrição aguda, ilustrando o agravamento da situação nutricional.

No último trimestre de 2023, o acesso aos cuidados de saúde diminuiu. A Unrwa revelou que 14 dos 22 centros de saúde tiveram de parar de funcionar e os cortes de energia prejudicaram os sistemas de telemedicina.

A agência abriu 155 abrigos de emergência e montou 108 unidades médicas móveis, além de coordenar o envio de medicamentos essenciais e implementar a vigilância de surtos de doenças.

Tomada de reféns

Em maio, a Unrwa perdeu mais de 191 funcionários, incluindo 11 profissionais de saúde. O relatório menciona relatos obtidos de “médicos e denunciantes” sobre detidos feridos que foram mantidos num hospital de campanha com “mãos e pés algemados e vendados 24 horas por dia, 7 dias por semana, nas suas camas”.

Em 19 de Maio, 128 das 253 pessoas capturadas durante os ataques terroristas liderados pelo Hamas no sul de Israel, em 7 de Outubro, ainda permaneciam em Gaza. A publicação reitera que a tomada de reféns constitui uma “grave violação dos princípios da Convenção de Genebra e um crime de guerra”.

Mais de 35 dos reféns foram declarados mortos e os que estão vivos provavelmente enfrentarão “as condições mais terríveis”. Entre os que foram libertados foram mencionados “múltiplos relatos de abuso sexual em cativeiro”.



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