O sofrimento dos civis no Iémen, um país que sofreu quase uma década de conflito, continua grave e é agravado por um crescente surto de cólera. O alerta vem do chefe humanitário das Nações Unidas, Martin Griffiths.
Durante a sessão do Conselho de Segurança de segunda-feira, o Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários enfatizou a necessidade de esforços contínuos de paz.
O conflito como principal motor das necessidades humanitárias
Segundo Griffiths, o conflito no Iémen tem sido o principal impulsionador das necessidades humanitárias. A violência paralisou a economia do país, dizimou metade das suas instalações de saúde, deslocou milhões de pessoas e permitiu a propagação da fome e das doenças.
Além disso, há um surto de cólera em rápida escalada, com mais de 40 mil casos suspeitos e um número crescente de mortes, afetando principalmente áreas controladas pelos Houthi, também conhecidos como Ansar Allah, onde centenas de novas infecções são relatadas diariamente.
Griffiths expressou preocupação com as iminentes chuvas fortes e inundações, que podem agravar a crise nas próximas semanas.
Compromisso de cessar-fogo
O Enviado Especial do Secretário-Geral para o Iémen, Hans Grundberg, também participou na sessão do Conselho de Segurança e observou que o governo e Ansar Allah concordaram com um “conjunto de compromissos” em Dezembro, incluindo um cessar-fogo em todo o país.
Estes compromissos procuram garantir a ajuda humanitária aos iemenitas e iniciar um processo político inclusivo para pôr fim ao conflito de forma sustentável. Contudo, a guerra em Gaza e a instabilidade regional mais ampla trazem desafios à situação.
Para Hans Grundberg, os anúncios feitos por Ansar Allah para ampliar o alcance dos ataques são uma “provocação preocupante numa situação já volátil”.
Proteger o progresso no Iémen
Relativamente ao impacto dos conflitos regionais, o chefe humanitário da ONU enfatizou a necessidade de proteger o progresso no Iémen. Para Martin Griffiths, as perturbações no comércio global em torno do Mar Vermelho não podem prejudicar os esforços de paz no país.
Ele expressou preocupação com os civis iemenitas, defendendo o apoio internacional colectivo e o fim das medidas económicas hostis, bem como para que as partes no conflito façam o que puderem para acalmar a situação. Griffiths apelou também à retoma das exportações de petróleo para estabilizar a economia e fortalecer os serviços públicos vitais.
Reflexão pessoal
Martin Griffiths, que se prepara para deixar o cargo em junho por motivos de saúde, enfatizou o significado pessoal que o Iémen tem para ele. Lembrou que a sua primeira intervenção perante o Conselho de Segurança, há quase três anos, como Coordenador de Ajuda de Emergência, foi sobre o Iémen.
“Depois de quase uma década de conflito implacável, o povo do Iémen merece alívio”, disse ele, enfatizando a importância de proteger os civis, garantir o acesso humanitário e avançar para uma paz duradoura.
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