COP30: Como a juventude indígena está lidando com a mudança climática

COP30: Como a juventude indígena está lidando com a mudança climática


Na semana passada, a sede da ONU em Nova Iorque recebeu o Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas. Este ano, o tema principal do evento foi o fortalecimento do direito dos povos indígenas à autodeterminação, com foco na juventude indígena.

Entre os participantes de todo o mundo estava a brasileira Taily Terena, do Mato Grosso do Sul. Em conversa com a ONU News, o jovem líder destacou a importância de fazer “ecoar” a voz dos povos indígenas nos debates internacionais sobre a questão das mudanças climáticas.

Voz da juventude indígena

“Vim justamente trazer um pouco dessa palavra da juventude indígena e como estamos lidando com essa questão. Dentro de CQNUMC, a agência da ONU que trata da questão das mudanças climáticas, temos uma bancada indígena, e dentro dessa bancada lançamos no ano passado o Fórum Internacional da Juventude Indígena sobre Mudanças Climáticas, um espaço criado pelos povos indígenas para os povos indígenas, para essa juventude indígena não podemos apenas aprender com os mais velhos, que já há algum tempo estão nessa jornada defendendo nossos direitos. Mas podemos aprender como funciona este sistema para que possamos ter mais influência política e fazer a nossa voz ecoar do território para estes espaços internacionais.”

Taily é filha do líder indígena Marcos Terena, do povo Xané, uma das maiores populações indígenas do Brasil. Ele foi dos precursores do movimento indígena, tanto a nível internacional como nacional. Terena contribuiu para a criação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas e do Fórum Permanente da ONU e para a garantia dos direitos dos povos indígenas na Constituição brasileira.

Taily Terena com o pai, Marcos Terena, na sede da ONU em Nova York

Conselho de Anciãos

“Ele também está aqui participando do Fórum Permanente em sua própria agenda, trabalhando com os mais velhos para criar um Conselho de Anciãos. A ideia não é criar um órgão separado, mas sim que estes idosos que iniciaram este processo também possam ser reconhecidos e consultados, para aconselhar os jovens e aqueles que estão neste momento aqui a liderar este processo.”

Taily faz parte de um coletivo de jovens Terena chamado Inamatí Xâne Terenoe. Além disso, ela é membro do Conselho Internacional do Tratado Indígena, uma organização indígena que acompanha e monitora como os direitos indígenas estão sendo tratados nas convenções internacionais.

Ela explicou como a juventude indígena está se preparando para a COP30, que acontecerá no Brasil em 2025. A jovem Terena destacou o anúncio feito pelo Ministério dos Povos Indígenas da criação de uma Comissão Internacional dos Povos Indígenas em preparação para a COP.

Mulheres da delegação brasileira participam de evento indígena na COP28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos

Mulheres da delegação brasileira participam de evento indígena na COP28, em Dubai, Emirados Árabes Unidos

Preparação para COP30

“Este Fórum da Juventude quer fazer parte disso. Já sinalizamos ao ministro nosso interesse em participar. E também os jovens indígenas do Brasil, também estamos nos organizando para garantir que fazemos parte desse processo. Estamos vendo vários movimentos sociais não indígenas se organizando, mas, na minha opinião, estamos como uma flecha, como humanidade. Mas os povos indígenas, os jovens indígenas estão na ponta desta seta. Precisamos de liderar este processo porque nós, as nossas comunidades, já somos afetados há muitos anos pelas alterações climáticas.”

Em novembro de 2025, a cidade de Belém, no estado do Pará, Brasil, sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP30.

As Conferências Climáticas da ONU são reuniões governamentais anuais de alto nível focadas na ação climática. Eles também são chamados de COPs, Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, CQNUMC.

A convenção da UNFCCC entrou em vigor em 21 de março de 1994 para evitar a interferência humana “perigosa” no sistema climático. Hoje, ratificado por 198 países, tem adesão quase universal. O Acordo de Paris, adotado em 2015, funciona como uma extensão desta convenção.

Todos os anos, milhares de representantes participam na COP, incluindo Estados-Membros da CQNUAC, líderes industriais, jovens activistas, membros de comunidades indígenas, jornalistas e outras partes interessadas.



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