Depois de dez anos afastado da direção, Valter Sallesem Brasil Central (1998), está trabalhando em um novo filme com Fernanda Montenegro Isso é Fernanda Torres (mãe e filha): ainda estou aqui – sem data de lançamento agendada. A Sony Pictures Classic adquiriu os direitos da obra na América do Norte, Oriente Médio, Leste Europeu, Turquia, Portugal, Austrália e Nova Zelândia, que deverá iniciar a distribuição em breve. O filme é baseado nas memórias do escritor Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que na vida real se envolveu no ativismo político após a captura do marido pela Ditadura Militar no Brasil na década de 1960.
Com roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega, o filme se passa no Brasil de 1971 e mostra o país em crise, controlado pelos militares. Eunice Paiva, mãe de cinco filhos, vira símbolo de resistência quando o marido é preso pela Polícia Militar e desaparece. A produção é da VideoFilmes, RT Features e Mact Productions em coprodução com Arte France Cinéma e Globoplay. A Library Pictures International financiou o trabalho.
Com a aquisição da Sony, ainda estou aqui deve estrear em breve em um festival de cinema no exterior, segundo o site Deadline.
Marcelo Rubens Paiva tinha apenas 11 anos quando seu pai, o deputado de esquerda Rubens Paiva, foi preso pela Ditadura Militar após um período de exílio —e nunca mais foi visto. Eunice também foi presa, mas foi libertada depois de quase duas semanas, iniciando uma jornada de tentativas incansáveis para localizar o marido. A Comissão Nacional da Verdade concluiu que Rubens Paiva foi torturado até à morte por receber cartas de organizações de esquerda.
Em entrevista ao Deadline em 2021, Walter Salles declarou que contar a história da família Paiva foi uma missão pessoal à qual se dedicou durante anos, inclusive pela proximidade com os membros. “A maioria dos meus projetos pessoais exigiu processos de desenvolvimento muito longos, desde Brasil Centralque durou cinco anos e Diários de motocicleta, que eram quatro. Nenhum demorou tanto quanto este que estou desenvolvendo. O que desencadeou isso foi a emoção que senti ao ler o livro, escrito pelo meu amigo Marcelo”, disse.
“Ele era um dos cinco filhos desta família descrita no livro, uma família completamente normal composta por pai, mãe e filhos, de 9 a 16 anos. gravitar em torno de sua casa. Um dia, o inesperado aconteceu quando o pai foi levado ao quartel militar para interrogatório. Ninguém naquele momento sabia que aquela seria a última vez que o veriam novamente. Isso coincidiu com um momento deste regime totalitário brasileiro, onde as coisas começaram a ficar extremamente violentas, e onde havia censura e tortura”, concluiu o diretor brasileiro.
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