Pandemia reduziu Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, revela ONU

Pandemia reduziu Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, revela ONU


O Brasil enfrenta uma regressão significativa em seu desenvolvimento humano.

Foto: Agência Brasil

O Brasil enfrenta uma regressão significativa em seu desenvolvimento humano. (Foto: Agência Brasil)

A pandemia de covid-19 teve impacto no desenvolvimento humano a nível mundial, mas foi mais significativo nos países latino-americanos.

Na manhã desta terça-feira (28), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou o relatório Construindo caminhos, pactuando novos horizontes.

O documento, elaborado para comemorar os 25 anos da agenda de desenvolvimento humano no Brasil, revelou uma queda significativa no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, levando-o a níveis equivalentes aos de 2012.

A coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, Betina Barbosa, apresentou os dados alarmantes contidos no relatório. “Na dimensão renda, o IDH brasileiro caiu para valores anteriores a 2012. A longevidade também caiu 10 anos e a dimensão educação caiu dois anos. Em média, temos um retrocesso de 6 anos”, explicou.

O Brasil enfrenta uma regressão significativa em seu desenvolvimento humano, atribuída principalmente aos impactos devastadores da pandemia de Covid-19.

“O país era um antes da Covid-19 e os dois anos de pandemia devastaram o Brasil e suas dimensões de desenvolvimento”, destacou Barbosa. Ela destacou que, em apenas dois anos, o Brasil perdeu as conquistas de desenvolvimento humano registradas até 2019.

A queda pós-pandemia do IDH não é exclusiva do Brasil. O relatório do PNUD aponta que o impacto da Covid-19 à escala global superou até a crise económica de 2008. Porém, no país, essa redução foi duas vezes maior do que mostra o levantamento global.

“O Brasil tem tudo que precisa para se recuperar e já se recuperou. Esta recuperação não é a do IDH de 2019, ainda está abaixo. Mas não é só o Brasil que está em baixa. Vários outros países da América Latina ainda não se recuperaram”, disse ela.

O Nordeste do Brasil, apesar de ser a região com menor nível de desenvolvimento em 2019, foi onde menos pessoas morreram por Covid-19. “Foi nos estados do Nordeste que morreram menos pessoas, portanto, as expectativas na região diminuíram menos do que nos demais estados da Federação”, explicou Betina Barbosa.

O Estado do Maranhão se destacou como o que menos perdeu IDH durante a pandemia, segundo análise dos dados do relatório. “Se a taxa de mortalidade da Covid-19 no Brasil fosse a taxa de mortalidade do estado do Maranhão, teriam morrido 300 mil brasileiros a menos”, revelou Barbosa.

Porém, alguns estados, como Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rondônia e Paraná, além do Distrito Federal, lideram o país nas taxas de mortalidade por Covid-19, evidenciando a disparidade nos impactos da pandemia nas diferentes regiões brasileiras.