Proposta da ANS sobre rastreamento do câncer de mama gera críticas – Jornal Estado de Minas

O prazo para participação na Consulta Pública da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que propõe alterações na Resolução Normativa nº 506/2022, termina nesta quinta-feira (23). A proposta inclui a realizando uma mamografia triagem bianual para mulheres de 50 a 69 anos como diretriz para certificação do Programa Boas Práticas em Saúde – OncoRede.

A medida, porém, vai contra recomendações de entidades médicas, que defendem o rastreamento mamográfico anual para todos mulheres com mais de 40 anos. “Cerca de 40% dos diagnósticos de câncer de mama no Brasil ocorrem antes dos 50 anos e 22% das mortes também ocorrem nessa faixa etária. Portanto, é fundamental garantir a triagem anual, conforme prevê a Lei nº 14.335/2022”, afirmou a Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Entidades como o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica destacaram que a diretriz proposta visa apenas reduzir custos para os operadores . Além disso, criticam o impacto da medida sobre detecção precoceessencial para a sobrevivência dos pacientes.

A SBM também alertou sobre o impacto no acesso à mamografia digital, prática amplamente recomendada. “Esta medida representa um grave retrocesso no diagnóstico mamário, ampliando as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde”, declarou a instituição.

Para o mastologista Henrique Lima Couto, do Departamento de Imagem das Mamas da Sociedade Brasileira de Mastologia, os impactos dessa decisão. “A proposta não só fragiliza a qualidade do diagnóstico, mas também abre precedentes para que os planos de saúde negligenciem direitos adquiridos, como a cobertura obrigatória de mamografia digital anual a partir dos 40 anos. “, afirma.

Cenário do câncer de mama no Brasil

O câncer de mama É o tipo de câncer que mais causa mortes entre mulheres no Brasil, com estimativa de 73.610 novos casos em 2023. A taxa de risco é de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece mamografias gratuitas, priorizando mulheres de 50 a 69 anos, conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como participar da Consulta Pública?

1. Acesse o link da Consulta Pública nº 144:
2. Nele você terá acesso ao projeto de norma e à nota técnica
3. Logo abaixo você encontrará o espaço para contribuir
4. Ao entrar preencha: nome, CPF ou CNPJ da sua instituição, email e outros dados
5. Em seguida, selecione o tipo de contribuição que você fará: interessado, paciente, profissional de saúde, familiar ou outros
6. A seguir aparecerá o espaço para votar e contribuir.
7. No item contribuição, selecionar “ANEXO III: CAPÍTULO II”
8. Posicione-se concordando ou discordando
9. A seguir, justifique sua escolha. Escreva os motivos que melhor ilustram a sua contribuição para a Consulta Pública.

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