O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu nota, nesta quarta-feira, 20, alertando sobre o uso de vídeos criados digitalmente, conhecidos como deepfakesvender produtos não certificados. O alerta surge num contexto de utilização crescente de tecnologias de inteligência artificial para dar falsa credibilidade a substâncias irregulares.
O alerta do CBO diz respeito aos colírios da Cury Vision. Segundo a entidade a empresa divulgou vídeos manipulados de personalidades como Ana Maria Braga Fábio Júnior, Fátima Bernardes e Cid Moreira para promover produto sem comprovação científica e sem registro na Anvisa. “Além de prejudicar financeiramente as pessoas, comprar colírios e outros medicamentos sem receita médica pode colocar em risco a visão”, afirma o presidente do conselho, Wilma Lelis Barbozaem nota.
Esta não é a primeira vez que algo assim acontece. Em novembro de 2023, uma reportagem falsa utilizou o mesmo recurso para tentar promover a venda do Lustramin, produto sem comprovação de eficácia que prometia curar uma série de problemas de visão.
Um problema crescente
Em dezembro de 2023, um vídeo criado digitalmente foi amplamente divulgado nas redes sociais no qual o Drauzio Varella recomendou o uso de um suplemento à base de colágeno. Desde então, as tecnologias que permitem a criação deste tipo de conteúdo foram aprimoradas e popularizadas, o que tem permitido que essas manipulações se tornem mais frequentes.
Um estudo realizado pelo polo de Ribeirão Preto do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-RP/USP) investigou esse fenômeno. Em setembro de 2024, eles mapearam os anúncios veiculados pela Meta e encontraram 513 publicidadede produtos sem comprovação científica, sendo 83% em formato de vídeo.
A maior parte dos produtos (31,7%) era voltada para disfunção sexual masculinamas anúncios de supostos medicamentos para diabetes, perda de pesodisfunções de próstata e visão. “Essa segmentação demonstra que as propagandas buscam atingir públicos vulneráveis”, explica o analista João Rafael ao Revista USP. “Principalmente os idosos, que podem ter mais dificuldade em verificar a veracidade das informações, e aqueles que enfrentam um grave problema de saúde e veem o produto como a solução para o seu caso.”
E Drauzio também apareceu na pesquisa. Segundo os pesquisadores, o médico apareceu em 27,5% de anúncios enganosos. Além dele, jornalistas, supostos profissionais da Anvisa e personalidades como Lair Ribeiro e Suzana Vieira também ganharam destaque.
Como evitar medicamentos falsificados?
Apesar da presença generalizada dessas propagandas nas redes sociais, o CBO lista uma série de cuidados que podem ajudar a evitar cair em golpes:
- Anvisa: antes de adquirir qualquer produto, principalmente os vendidos como medicamentos, o usuário deve verificar se o mesmo é certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A lista pode ser consultada em site da entidade.
- Produtos milagrosos: Desconfie de mensagens que prometem curas ou resultados imediatos.
- Prova científica: Antes de adquirir qualquer produto, informe-se se ele passou por testes clínicos e se foi estudado por instituições reconhecidas.
- Tratamento: Por mais milagrosos que os suplementos possam parecer, os tratamentos médicos não devem ser interrompidos sem consultar um profissional.
- Informações na internet: informações sobre produtos médicos publicadas em redes sociais ou sites podem ser manipuladas ou mal interpretadas, por isso é importante sempre buscar fontes confiáveis e consultar um profissional.
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