O início de um novo ano costuma despertar em muitas pessoas o desejo de renovaçãocrescimento e mudança. É hora de traçar metas, planejar o futuro e traçar objetivos para os próximos 12 meses. Porém, esse processo, que deveria ser motivador, pode facilmente se transformar em estímulo para ansiedade, perfeccionismo e sentimento de fracasso.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Scranton, apenas 8% das pessoas conseguem manter as suas resoluções de Ano Novo. No Brasil, segundo o Datafolha, 76% das pessoas dizem que sim metas para o início do anomas menos da metade consegue colocá-los em prática até o fim. Essa disparidade entre desejo e realidade está relacionada a uma série de fatores emocionais e comportamentais.
“Criar metas é uma ferramenta poderosa para autoconhecimento e satisfação pessoal. Ajuda-nos a reconhecer os nossos limites, aprender com os erros do passado e compreender o que realmente funciona para nós. Porém, quando as metas não são genuínas ou estão desalinhadas com a nossa realidade, podem gerar frustração, culpa e até comportamentos de autossabotagem”, explica a psicanalista Camila Camaratta.
Gols reais
Definir metas claras e específicas pode trazer uma série de benefícios emocionais e psicológicos:
- Motivação e organização: “O simples ato de planejar nos ajuda a nos sentirmos protagonistas da nossa própria história”, ressalta Camila.
- Autoconhecimento: Refletir sobre os objetivos pode trazer insights sobre nossos desejos, limites e prioridades.
- Capacidade de celebração: “Pequenas conquistas geram sentimento de competência e autoestima, que ajudam a construir a motivação necessária para alcançar objetivos maiores”, destaca.
O outro lado da moeda
Por outro lado, os objetivos podem tornar-se um fardo quando não são concebidos com flexibilidade e autenticidade. O influência das redes sociais e as demandas sociais ou familiares muitas vezes levam as pessoas a estabelecer metas que não são realmente suas. “A busca por pertencimento e aprovação nas redes sociais pode nos levar a criar metas idealizadas que nem sempre fazem sentido para nossas vidas”, comenta Camila.
Ela ressalta que é comum traçarmos metas baseadas em desejos reprimidos ou conflitos internos que não resolvemos: “Muitas vezes, criamos metas que são uma resposta a expectativas externas, e não aos nossos próprios desejos. sentimento de vazio e fracasso, especialmente quando não conseguimos alcançar algo que na verdade nem era tão importante para nós.”
Outro fator a considerar é a necessidade de flexibilidade. “A vida é imprevisível e acontecimentos externos podem exigir ajustes. Um exemplo claro foi a enchente no Rio Grande do Sul em 2024. Ninguém planejou isso, mas foi preciso adequar prioridades e objetivos de vida. em algo aprisionador ou uma obrigação inescapável”, observa Camila.
Metas genuínas e alcançáveis
Camila Camaratta sugere algumas estratégias para estabelecer metas que façam sentido e sejam menos propensas a gerar frustração:
- Faça perguntas essenciais: “Pergunte-se: qual é o meu real objetivo? O que desse objetivo é realmente meu e o que vem de fora, das pressões sociais ou familiares?”
- Crie metas menores e específicas: Divida seus objetivos em etapas menores e comemore cada conquista. Isso ajuda a manter a motivação.”
- Seja flexível: “Adapte seus objetivos ao longo do tempo, de acordo com as mudanças de vida ou novas prioridades.”
- Abrace erros e imperfeições: “Reconheça que errar faz parte do processo e evite o perfeccionismo, que pode paralisar e gerar ansiedade.”
- Identifique comportamentos de auto-sabotagem: “Se você perceber que está se boicotando, é importante refletir sobre o que isso significa. Muitas vezes, o medo do sucesso ou a resistência à mudança podem ser as causas desse comportamento.
- Procure ajuda psicológica: “A terapia pode ser uma ferramenta valiosa para proporcionar o autoconhecimento, ajudando a identificar e compreender as raízes desses comportamentos autodestrutivos. Com o apoio adequado, é possível trabalhar as questões emocionais que alimentam esses padrões e construir uma relação mais saudável com seus objetivos.”
Culpa e frustrações
A frustração por não atingir um objetivo pode vir acompanhada de sentimento de culpa e aumento de críticas internas, que geram ansiedade e comportamentos destrutivos. “É importante lembrar que metas não são contratos inquebráveis. A flexibilidade para ajustar os planos à realidade da vida é um exercício de maturidade emocional. Reconhecer suas limitações e se adaptar é tão importante quanto traçar metas”, explica Camila.
Ela reforça ainda que as metas devem trazer motivação e não medo. “Quando idealizamos algo inatingível, criamos pressões desnecessárias. O segredo é equilibrar os desafios que estimulam o crescimento com a realidade do que é possível no momento.”
No final das contas, estabelecer metas é uma oportunidade de aprender mais sobre você e criar uma vida mais alinhada com seus valores e desejos. “Metas genuínas têm o poder de nos conectar com a nossa essência, gerar autoconfiança e nos mostrar que somos capazes de evoluir. A verdadeira conquista está em encontrar satisfação ao longo do caminho, e não apenas no resultado final.”
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