Alerta no verão: Como evitar intoxicações alimentares nas férias – Jornal Estado de Minas

Alerta no verão: Como evitar intoxicações alimentares nas férias – Jornal Estado de Minas



A intoxicação alimentar é uma das condições mais comuns, mas muitas vezes subestimadas, relacionadas ao consumo de alimentos estragados ou contaminados. Ocorre quando você ingere alimentos ou bebidas que contenham microorganismos nocivos, como bactérias, vírus, parasitas ou toxinas. Dependendo do agente infeccioso, os riscos podem ser graves e, em casos extremos, levar à morte. As comemorações e feriados de fim de ano podem ser um risco para a saúde. Descubra como se prevenir.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 600 milhões de pessoas em todo o mundo – quase uma em cada dez – adoecem todos os anos devido a alimentos contaminados. Destes, cerca de 420 mil morrem, com maior prevalência em crianças menores de cinco anos.

Alimentos contaminados: uma ameaça à saúde

Gangrena, salmonelose, gastroenterite, apendicite, febre tifóide e colite hemorrágica estão entre as complicações que podem surgir após a ingestão de alimentos contaminados. Alimentos processados ​​como maionese, molho de tomate e milho enlatado são exemplos de itens que podem conter fungos, bactérias ou parasitas quando as condições de preparo, armazenamento e transporte não são adequadas.

“Esses microrganismos podem ser extremamente agressivos. Por exemplo, a Salmonella, comum em ovos e carnes mal cozidas, pode causar febre alta e diarreia intensa, enquanto a Escherichia coli (E. coli) produtora de toxinas pode levar à insuficiência renal em casos graves”, explica o Dr. Thiago Piccirillo, clínico geral do da Rede Hospitalar São Camilo de São Paulo.

Como ocorre a contaminação?

A contaminação pode ocorrer em qualquer fase da cadeia alimentar – desde a produção no campo até ao momento em que o alimento é servido. As más condições sanitárias, as matérias-primas contaminadas e o controlo inadequado da temperatura são os principais factores de risco.

“A falta de refrigeração, por exemplo, permite a proliferação de bactérias como o Clostridium botulinum, principalmente em alimentos enlatados ou em conserva caseira”, alerta Piccirillo.

Além disso, práticas como não lavar as mãos, utensílios ou superfícies antes de preparar os alimentos aumentam as chances de contaminação cruzada.

As bactérias mais perigosas

Entre os microrganismos mais temidos estão:

Salmonela: Presente em alimentos crus ou mal cozidos, como ovos, carnes e laticínios.
Escherichia coli (E. coli): Encontrado em carne malpassada, leite não pasteurizado e vegetais crus.
Listeria monocytogenes: Pode ser encontrado em queijos e carnes processadas e é especialmente perigoso para mulheres grávidas.
Clostridium botulinum: Associado a alimentos enlatados ou conservados inadequadamente, que podem causar botulismo, uma condição rara, mas fatal.

Como prevenir a intoxicação alimentar?

Para evitar este problema, é fundamental adotar hábitos de higiene e segurança alimentar. Aqui estão algumas recomendações práticas:

Higiene pessoal: Lave as mãos com água e sabão antes de manusear os alimentos e após usar o banheiro.
Armazenamento correto: Mantenha os alimentos perecíveis refrigerados e respeite as temperaturas ideais de cozimento.

Evite contaminação cruzada: Use tábuas de corte e utensílios diferentes para alimentos crus e cozidos.

Consuma alimentos de fontes confiáveis: Escolha fornecedores e marcas que sigam rígidos padrões de segurança.

Observe a validade e aparência dos produtos: Descarte alimentos com embalagens adulteradas, com cheiro estranho ou aparência incomum.

Tenha cuidado ao viajar e festas: Em ocasiões como festas de fim de ano, evite alimentos que ficam longos períodos sem refrigeração, como maionese e saladas à base de creme.
Caso note sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, febre ou dores abdominais após consumir alimentos, procure atendimento médico imediatamente.

“Embora a maioria dos casos seja autolimitada, é importante identificar a causa da intoxicação, principalmente em grupos de risco como crianças, idosos e gestantes, que podem desenvolver complicações graves”, reforça Piccirillo.

A conscientização e o cuidado no manuseio dos alimentos são as principais armas para evitar problemas de saúde e garantir que as festas e feriados de final de ano sejam momentos de alegria e segurança.

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