O novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para câncer de mama acaba de ser publicado, trazendo uma nova perspectiva para os pacientes patológicos no Brasil. O documento, já utilizado para outras doenças, é o primeiro a ser elaborado para o câncer e atualiza não só o opções terapêuticas para o cuidado de doenças, mas também orienta a atuação dos profissionais de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).
O PCDT para câncer de mama tem como principal alteração em relação às Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) a inclusão da classe de medicamentos inibidores de ciclinaincorporadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) em dezembro de 2021. Essas terapias-alvo que interrompem a atividade de enzimas promotoras de células cancerígenas são atualmente um dos melhores resultados clínicos para o tratamento do câncer de mama avançado Câncer.
Há quase 20 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) não recebia medicamentos atualizados para o câncer de mama, o que representa 70% dos casos diagnosticados. Estima-se que pelo menos dez mil pacientes possam se beneficiar desta classe de drogas todos os anos. A partir de agora, os profissionais de saúde podem contar com esta novidade no atendimento público.
Um estudo avaliou que o expectativa de vida de paciente com câncer de mama avançado no SUS, com os tratamentos disponíveis até o momento, é de 26 meses contra cinco anos de expectativa de vida para mulheres em uso de inibidores de ciclina.
“É um novo momento para o tratamento de uma das cânceres mais comuns no país. A atualização abre novos caminhos para o manejo da doença, aumentando as opções dos profissionais de saúde para definir a melhor estratégia terapêutica para os pacientes”, destaca Maria Cristina Figueroa Magalhães, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas de Curitiba e do Hospital Evangélico Mackenzie.
Desde 2020, o câncer de mama é o tipo de câncer que mais atinge as mulheres com 24,5% dos casos, e ainda é o principal causa de mortalidade por câncer, 15,5% dos óbitos, estimados em 684.996.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que ocorram 74 mil novos casos de câncer de mama por ano até 2025, correspondendo a um risco estimado de 66,54 novos casos para cada 100 mil mulheres.
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