Mulheres são 35% dos casos de contaminação por HIV; falta preservativo – Jornal Estado de Minas

Mulheres são 35% dos casos de contaminação por HIV; falta preservativo – Jornal Estado de Minas



Dezembro também é o mês de Conscientização e Combate AIDS. Embora haja avanços no tratamento, a doença ainda requer atenção contínua. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde, mais de 39 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, sendo 1 milhão no Brasil e 100 mil somente em Minas Gerais. A principal forma de transmissão é sexo desprotegidoseguido pelo compartilhamento de seringas e outros instrumentos cortantes.

Desse total, as mulheres representam cerca de 35% dos casos e os desafios que enfrentam na prevenção do HIV estão diretamente relacionados à falta de diálogo sobre o uso do preservativo e à falta de conhecimento sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST). Segundo o médico associado da SOGIMIG (Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais) e especialista no atendimento de gestantes com HIV, Mário Dias Corrêa Júnior, “toda mulher com vida sexual ativa deve fazer o teste periodicamente, independentemente de estar grávida ou não. O teste é oferecido rotineiramente durante o pré-natal, mas as mulheres não grávidas também devem adotar essa prática como parte de seus cuidados regulares.”

Além disso, o HIV é uma infecção pouco sintomática. Após um quadro inicial semelhante a um resfriado comum, o vírus pode permanecer no organismo por anos, sem sinais evidentes, até surgirem complicações mais graves, geralmente após seis ou sete anos.

Para as gestantes, segundo o médico, o maior risco está relacionado à transmissão para o bebê, que depende da carga viral materna. O uso da terapia antirretroviral reduz significativamente a quantidade do vírus no sangue, tornando-o indetectável e praticamente eliminando o risco de transmissão vertical. “O tratamento adequado pode garantir que a mãe tenha uma gravidez segura e que o bebê nasça livre do vírus”, afirmou.

Avanços no tratamento e expectativa de vida

Com o uso da terapia antirretroviral de alto impacto, as pessoas com HIV têm a oportunidade de viver uma vida praticamente normal. O especialista ressalta que uma carga viral indetectável significa que a pessoa não transmite mais o vírus durante o tratamento e a expectativa de vida passa a ser semelhante à de pessoas não infectadas.

“O Mês de Conscientização e Combate à Aids é um convite à sociedade para refletir sobre a importância do diagnóstico precoce e do uso contínuo de medidas preventivas. O VIH não pode ser curado, mas pode ser controlado, permitindo que milhões de pessoas vivam com dignidade, saúde e qualidade de vida.”

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