Ó Presidente Lula sancionado nesta terça-feira, 4, o Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demênciaslegislação que reforce a proteção, a visibilidade e os direitos das pessoas que vivem com estas condições e reforce a necessidade de envelhecer com saúde e dignidade.
De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado o projeto de lei que define o conceito de demência, garante o direito ao acesso integral e gratuito à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e determina prioridades no tratamento dessas doenças pela Câmara dos Deputados em maio deste ano e aguardando sanção presidencial.
“Esta lei é fruto do protagonismo e da vigorosa mobilização da ABRAz que, em 2017, junto com Maria Leitão – então presidente da entidade, entregou ao Ministro da Saúde a primeira proposta de Plano Nacional de Demências para o Brasil, no âmbito do indicações Doença de Alzheimer Internacional (ADI), defendendo os direitos de todas as pessoas que vivem com demência”, afirma Celene Pinheiro, geriatra e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
No entanto, ainda há um caminho a percorrer até que a lei seja efectivamente aplicada, incluindo a criação de uma comissão interministerial para desenvolver as directrizes do Plano Nacional sobre Demência, para que este garanta verdadeiramente cuidados e atenção integral às pessoas com demência, bem como bem como seus familiares e cuidadores, conforme sugerido pela ABRAz e outras entidades como FEBRAZ (Federação Brasileira das Associações de Alzheimer) e SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).
“A expectativa é que o Brasil implemente em breve um Plano Nacional de Demências, inaugurando uma nova fase no cuidado e na dignidade das pessoas que convivem com essas condições”, afirma Walquiria Alves, coordenadora do grupo de trabalho de políticas públicas e controle da rede social ABRAz.
Dados preocupantes
O crescente aumento do envelhecimento da população brasileira, com previsão de atingir 5,5 milhões de casos de demência até 2050, é preocupante. “A lei não só melhora o diagnóstico e o tratamento, mas também fortalece o apoio aos cuidadores não profissionais, vitais no atual contexto de saúde”, explica Celene Pinheiro.
A incidência de demência na população brasileira, com 60 anos ou mais, gira em torno de 1,7 milhão, representando 5,8% dessa faixa etária. Um número mais alarmante revela que 2,2 milhões de brasileiros, com 60 anos ou mais, foram diagnosticados com algum comprometimento cognitivo, representando 8,1% da população brasileira. Essa parcela, embora não tenha demência, está em grupo de risco para desenvolver demência no futuro, segundo dados do Estudo Longitudinal Brasileiro do Envelhecimento (ELSI-Brasil), realizado em 70 municípios das cinco regiões do país .
Com 5.249 participantes com mais de 60 anos, o estudo mostra ainda que apenas 1,2% das pessoas que apresentavam algum distúrbio cognitivo tinham diagnóstico prévio de demência, ou seja, mais de 70% dos casos de demência são subnotificados. “Infelizmente, a maioria das pessoas com demência são diagnosticadas em fases mais avançadas da doença e perdem a oportunidade de iniciar o tratamento nas fases mais leves, onde o benefício das intervenções disponíveis é maior, bem como de se prepararem para o futuro”, conclui. o presidente da ABRAz.
Confira a postagem do presidente Lula no X (antigo Twitter)
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