Após a morte da esteticista Paloma Lopes Alves, 31 anos, na última terça-feira (26/11) após passar por uma hidrolipoa Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) manifestou preocupação em realizar esses procedimentos em ambiente clínico e não em hospitais, com todos os recursos adequados.
Durante a cirurgia do médico Josias Caetano dos Santos, no Hospital Mana Dia, Paloma teve uma parada cardiorrespiratória e ficou inconsciente. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel (Samu) e levada ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde chegou morta.
Segundo o Cremesp, a lipoaspiração, embora amplamente reconhecida como um procedimento seguro quando realizada de maneira adequada, é uma cirurgia que exige preparo técnico, infraestrutura adequada e estrita adesão às normas de segurança e ética médica. Entre os fatores essenciais para o sucesso estão a atuação em ambiente autorizado e aprovado pelos órgãos de vigilância sanitária, com estrutura hospitalar que permite o manejo de possíveis complicações e suporte avançado de vida.
O cirurgião responsável deve ser habilitado e habilitado especificamente para a prática de cirurgia plástica (inscrito no Conselho Regional de Medicina, sendo especialista reconhecido e com Registro de Qualificação de Especialista) e a equipe médica e multidisciplinar envolvida deve estar preparada para lidar com complicações e ser dotados dos recursos necessários para uma resposta rápida e eficaz às emergências. Além disso, o Cresmesp alerta que a cirurgia deve ser realizada dentro de padrões éticos e técnicos, com avaliação rigorosa do estado de saúde do paciente, indicação precisa do procedimento e comunicação clara e detalhada dos riscos e benefícios envolvidos.
“Reforçamos que a banalização de qualquer procedimento cirúrgico, por menor que pareça, é inaceitável. A decisão de fazer uma cirurgia plástica começa na escolha do profissional e deve ser feita de forma consciente e sólida. lipoaspiração, não são isentas de riscos, e tratá-las como procedimentos triviais compromete a segurança do paciente e vai contra os princípios fundamentais da medicina”, afirma o Cremesp em nota.
O cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Luiz Haroldo Pereira alerta que hidrolipo e lipoaspiração são a mesma cirurgia e que hidrolipo é apenas um nome chique para dar a ideia de que o procedimento pode ser feito em clínicas e consultórios. Ele reforça que qualquer lipoaspiração, seja qual for o tamanho, é uma hidrolipo, pois há infiltração de soro fisiológico e adrenalina no local da cirurgia.
“É o mesmo princípio de toda lipoaspiração. Não é menos invasivo, é invasivo como qualquer outra cirurgia. A diferença é que eles acham que custa menos, que fazem em qualquer lugar e em várias sessões. Isso muitas vezes causa um problema porque se não houver Não há recurso onde é feita a cirurgia e se houver depressão respiratória, o médico não tem como recuperar esse paciente. No hospital você tem todos os recursos de reanimação e intubação, permitindo que tudo corra normalmente”, explicou.
O médico reforça ainda que, além de ser realizada em ambiente hospitalar adequado, a lipoaspiração deve ser realizada após consultas presenciais e muita análise do caso de cada paciente, avaliando a necessidade de tal cirurgia e o estado clínico. , por meio de exames. procedimentos pré-operatórios, que não são dispensáveis em nenhuma situação.
“Muitas vezes a consulta é só por vídeo e você só vai encontrar o médico no dia do procedimento. É uma forma de burlar a legislação e uma falta de cuidado com a pessoa, que não fez análise cardiológica, exame de sangue, não faz Ele conhece o paciente por dentro. E o cirurgião não teve oportunidade de conversar, de estabelecer intimidade com o paciente porque ele vai cuidar da vida daquela pessoa e estando em um lugar inadequado, é aí que tudo fica complicado. porque tudo começou errado, há uma grande chance de terminar errado, mais do que nunca.”
Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse lamentar a perda e se solidarizar com a família de Paloma. Ele informou ainda que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado às 12h42 desta terça-feira (26) e a ambulância foi colocada em atendimento às 12h43, chegando ao local às 13h09. “A paciente foi levada ao Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé), sendo internada no pronto-socorro. Todas as manobras de reanimação foram realizadas, conforme protocolo, mas, infelizmente, ela faleceu”, diz a nota.
Segundo a prefeitura, uma equipe da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) foi ao posto onde foi realizado o procedimento, na zona leste da cidade, na manhã de ontem (27) e encontrou o local fechado. Foi verificado também que o Hospital Mana Dia, localizado no endereço, não possui alvará sanitário da vigilância sanitária municipal ou pedido de alvará sanitário protocolado, resultando na multa e fechamento.
Defesa do médico
O advogado do médico Josias Caetano dos Santos, Lairon Joe, disse que Paloma assinou um termo de consentimento que já foi enviado pelo CRM (Conselho Regional de Medicina). “O marido da paciente, Everton Reigiota, assinou o acordo anestésico como testemunha. Nesse acordo, a embolia pulmonar é uma complicação, que pode levar à morte”. A nota emitida pelo advogado diz ainda que Everton esteve presente na clínica e foi informado de todo o andamento do procedimento, dos sintomas apresentados na sala de recuperação e do processo de reanimação.
Lairon Joe destacou que a ocorrência de tromboembolismo pulmonar após a cirurgia não está necessariamente relacionada à técnica utilizada pelo cirurgião durante o procedimento, mas a diversos fatores.
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