Em mais um resolução sobre implantes hormonais manipulados Publicado nesta terça-feira, 26, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) endureceu as regras para médicos prescritores e farmácias de manipulação, que terão que assinar um termo isenção de responsabilidade sobre os riscos do aparelho, e anunciou, entre as medidas, a necessidade de emissão de receita especial de controle e notificação obrigatória de efeitos adversos. O pacote de medidas surge após a proibição de ‘chips de beleza’produtos que utilizavam principalmente esteroides anabolizantes para fins estéticos e que estão relacionados a complicações de saúde, segundo entidades médicas.
As medidas complementares foram debatidas pela Diretoria Colegiada da agência nesta segunda-feira, 25, e ampliaram as determinações anunciadas na semana passada, quando foi definido que apenas seria permitido o uso médico com produtos devidamente regularizados na Anvisa. Também foi determinado que o não é permitida publicidade em produtos.
No novo texto, foi acrescentada a exigência de prescrição especial de controle para que as farmácias registrem implantes com hormônios à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos manipulados. Isto será adotado para permitir que as autoridades locais de Vigilância Sanitária monitorem possíveis abusos tanto no manuseio quanto na entrega dos produtos. Um programa de fiscalização das unidades já foi implementado.
Além disso, o médico que prescreve o implante deverá incluir o Código CIDda classificação internacional de doenças, indicando a condição que faz com que o paciente necessite de tratamento hormonal. É mais uma forma de prevenção do uso para fins estéticos e de desempenho físico, proibido pela Anvisa e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). No brasil, apenas um implante hormonal está registrado — este é o anticoncepcional etonogestrel (nome comercial Implanon) –.
Informações de risco
Mesmo com a liberação para pacientes com indicação médica, o órgão estabeleceu que a prescrição do implante deverá ser acompanhada de um Termo de Responsabilidade/Esclarecimento que deverá ser assinado pelo médico, pelo paciente e pelo responsável pela farmácia de manipulação. Deve conter, segundo a Anvisa, informações “sobre os riscos envolvidos no uso de implantes hormonais”.
No caso dos “chips de beleza”, anunciou nenhuma evidência científica Como alternativa para ganhar massa muscular, perder peso e até melhorar o humor, entidades médicas listam possíveis eventos colaterais, como aumento do risco de infarto, acidente vascular cerebral, complicações renais e também relataram casos de pacientes que necessitaram de internação em UTI.
Diante disso, a Anvisa determinou na resolução que todos os eventos adversos registrados durante o uso de implantes hormonais manipulados passem a ser de notificação obrigatória, o que deve ser feito pelos profissionais de saúde e pelas farmácias de manipulação.
Na semana passada, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) divulgou nota destacando a importância do controle dos implantes hormonais manipulados e destacou a necessidade de avançar na regulamentação do uso do produto.
Juntamente com outras 35 entidades médicas, reiterou que “a utilização de implantes hormonais para fins estéticos, ganho de massa muscular ou desempenho desportivo não tem respaldo científico ou aprovação regulatória” e que as medidas adotadas devem priorizar a saúde da população.
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