A Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM) realizou, em abril, o II Encontro Nacional de Serviços de Referência em Triagem Neonatal, na sede do Instituto Jô Clemente (IJC), em São Paulo, com o objetivo de ter uma amostra do panorama atual da triagem neonatal, também conhecida como teste do pezinho, em todo o Brasil, a fim de cooperar com o Ministério da Saúde na busca de soluções quanto à situação da triagem neonatal no território nacional.
Segundo a entidade, salvo raras exceções, os estados com bom desenvolvimento econômico já aumentam o número de doenças pesquisadas na triagem neonatal pública. Diferentemente da triagem privada, a triagem pública (PNTN) é um programa de saúde que realiza, além do exame do pezinho, um teste confirmatório, além de fornecer medicamentos e acompanhamento especializado por equipe multidisciplinar. Portanto, o PNTN é tripartite, e não depende apenas da atuação do MS, depende também do engajamento dos gestores estaduais e municipais.
No relatório, há indicação de que muitos estados começaram a ampliar algumas doenças, pois contam com o apoio dos governos estaduais e/ou municipais para acompanhar o paciente como um todo.
Coleta tardia
Porém, na opinião da presidente da SBTEIM, endocrinologista Tânia Bachega, é preocupante o atual fluxo de PNTN nas regiões de menor desenvolvimento econômico, “em muitos estados do Norte e Nordeste a cobertura não chega a 80% e a idade média dos A coleta de amostras neonatais também está atrasada. Esses dados mostram a necessidade de um programa de educação continuada para gestantes sobre a importância de realizar o teste do pezinho em seu bebê, bem como de fazê-lo na primeira semana de vida.” Na opinião do presidente, o resultado tardio do teste do pezinho impedirá o seu maior benefício, que é evitar o aparecimento de complicações graves e irreversíveis.
Transporte de alto custo
Outro ponto destacado pela reportagem é a questão do convênio feito durante a pandemia com os Correios para transporte de amostras, que determina que as amostras sejam enviadas por Sedex para laboratórios cadastrados no MS. “Embora seja um meio de transporte eficiente e rápido, devemos lembrar do alto custo deste transporte. Sabemos que muitos estados não têm condições de arcar com esse valor e têm enviado amostras pelos motoristas.
Para esses municípios, as amostras demoraram uma semana ou mais para chegar ao laboratório de triagem, o que também corrobora o diagnóstico tardio”, alerta o médico.
Distribuição deficiente
O relatório também indica problemas frequentes na distribuição de medicamentos pelos estados em regiões carentes, visto que são frequentes os relatos de falta de fórmulas para pacientes com fenilcetonúria, e também falta de hidrocortisona e fludrocortisona para pacientes com hiperplasia adrenal congênita (HAC). , por exemplo.
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“Por fim, pedimos ao Ministério da Saúde que divulgue os indicadores de triagem neonatal por estado, para que a população possa acompanhá-los. Fomos informados que a atual gestão já está preocupada com esta ação”, finaliza o presidente da SBTEIM.
Vale lembrar que as doenças incluídas no PNTN são frequentes e graves, e promover a triagem neonatal adequada significa reduzir a mortalidade infantil e a incidência de deficiência intelectual grave, cujo impacto na qualidade de vida das famílias é imensurável, além de reduzir custos de saúde. para tratar as sequelas no SUS.
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