O cenário oncológico no Brasil, assim como em outros países, enfrenta desafios que impactam diretamente a vida dos pacientes. Entre os mais urgentes estão os acessibilidade a tratamentos e o sustentabilidade dos sistemas de saúde. Como oncologistas, vemos todos os dias a importância de garantir que as inovações científicas e tecnológicas cheguem a todos, independentemente da condição financeira ou localização geográfica.
É um fato: Câncer superará as doenças cardiovasculares como causa de morte. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o número de pessoas que convivem com a doença no mundo só aumenta, e o Brasil não é exceção.
Enfrentamos uma crise potencial, com um crescimento previsto de cerca de 80% nos estimados 35,3 milhões de novos casos até 2050. Portanto, garantir o acesso equitativo a diagnósticos precoces e tratamentos avançados é uma necessidade de saúde pública e um imperativo ético.
Felizmente, as inovações revolucionaram as formas de abordar e tratar o câncer. As terapias direcionadas, a imunoterapia, a medicina de precisão associada à inteligência artificial (IA) proporcionaram níveis de personalização do tratamento que, até recentemente, eram inimagináveis.
Mas o desafio persiste: as disparidades no acesso aos tratamentos são uma realidade alarmante. Como podemos garantir que os avanços científicos, com custos extremamente elevados, sejam acessíveis? A resposta passa pela revisão das políticas públicas, pelas parcerias estratégicas entre os sectores público e privado e por um foco incessante na equidade.
É necessário que o Brasil avance em regulamentações que promovam inclusão de novos tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
As amplas discussões sobre a democratização do acesso aos medicamentos estão a ganhar força. Ainda assim, há um longo caminho a percorrer para garantir que o progresso científico beneficie a todos. A começar pelo cumprimento da Lei 12.732, de 2013, que determina o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico do câncer.
A violação de prazos, que é de conhecimento público, se estende à lei de 2019 que determina 30 dias para pacientes da rede pública com suspeita de câncer terem acesso a exames diagnósticos.
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A sustentabilidade do setor oncológico deve ser uma prioridade. O custo para desenvolver e implementar novas tecnologias O tratamento é elevado e isso impõe esforços aos setores público e privado. É fundamental criarmos soluções viáveis que garantam o acesso a tratamentos de alta complexidade, preservando ao mesmo tempo a saúde financeira das instituições. Afinal, o bem-estar do paciente não deve ser comprometido por limitações orçamentárias.
Além disso, é extremamente importante papel do paciente em sua jornada de tratamento. Os avanços científicos trouxeram à tona a importância de uma abordagem que valorize a qualidade de vida e a saúde emocional dos pacientes. Não podemos ver o tratamento do câncer apenas como um conjunto de medicamentos e procedimentos.
Deve envolver um rede multidisciplinar que considera aspectos psicológicos, familiares e sociais. A missão de democratizar o acesso e os cuidados centrados no paciente é um caminho urgente a seguir. Modelos de atuação, que integram tecnologia de ponta, parcerias internacionais e capilaridade nas estruturas de cuidado, podem aproximar os pacientes do que há de mais avançado na oncologia global.
Este é um esforço coletivo. O futuro da oncologia no Brasil e sua acessibilidade depende da coordenação entre governos, empresas privadas, centros de pesquisa e sociedade civil. Juntos, podemos trabalhar para que, perante uma doença como o cancro, a resposta seja universal e acessível a todos.
*Bruno Ferrari é oncologista, fundador e CEO da Oncoclínicas & Co.
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