A menopausa é uma transição natural na vida da mulher, marcada pelo fim dos ciclos menstruais, geralmente entre os 45 e os 55 anos. Embora esta fase seja esperada, as alterações hormonais que a acompanham podem trazer riscos à saúde, como maior incidência de osteoporose e aumento do risco cardiovascular, aumentando a probabilidade de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Embora a menopausa não aumente diretamente o risco de cancro ginecológico — este risco está mais relacionado com o processo natural de envelhecimento — o diagnóstico precoce, aliado ao acompanhamento médico regular, é essencial para detetar possíveis alterações.
Durante a menopausa, ocorre uma queda acentuada nos níveis de estrogênio e progesterona, o que pode afetar o funcionamento dos órgãos e aumentar a suscetibilidade a certas doenças. A terapia de reposição hormonal pode desempenhar um papel importante na prevenção dessas condições, mas, segundo o cirurgião oncológico Caetano Cardial, é fundamental considerar os riscos associados: “Embora a terapia de reposição hormonal seja geralmente segura, seu uso por períodos superiores a cinco anos pode ser associado a um risco aumentado de câncer de mama, endométrio e ovário”.
A especialista ressalta que, embora a menopausa em si não cause câncer, ela pode expor fatores de risco existentes, principalmente em mulheres que passaram pela menopausa tardia ou em casos de histórico familiar de câncer ginecológico.
Entre os tipos de câncer mais comuns durante ou após a menopausa, o câncer de endométrio é um dos mais prevalentes. Caetano destaca que um dos principais sintomas é o sangramento vaginal após o término dos ciclos menstruais. “Qualquer sangramento após a menopausa deve ser investigado, pois é um importante sinal de alerta”, afirma.
Outro fator de risco é o uso prolongado de terapia de reposição hormonal (TRH), que pode ser utilizada para aliviar os sintomas da menopausa, mas deve ser monitorada cuidadosamente. “Embora a TRH traga benefícios, o uso prolongado, principalmente a terapia combinada de estrogênio e progesterona, pode aumentar o risco de câncer de mama e ovário”, alerta a especialista.
A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para reduzir o risco de câncer ginecológico durante a menopausa. Exames de rotina, como ultrassonografia transvaginal, histeroscopia e exame de Papanicolaoualém da consulta regular com o ginecologista, são essenciais para o monitoramento de possíveis anormalidades.
Por fim, hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física e evitar fumar, também desempenham um papel crucial na prevenção. “A saúde durante a menopausa não depende apenas do acompanhamento médico, mas de escolhas conscientes para promover o bem-estar geral e reduzir os riscos”.