Aplicativo usa inteligência artificial para combater insônia – Jornal Estado de Minas

Aplicativo usa inteligência artificial para combater insônia – Jornal Estado de Minas



Roseli Andrion

Um dos principais momentos do dia é o dormir. É neste período que ocorrem as principais funções de renovação do organismo, como reparação tecidual, recuperação muscular, restauração do sistema imunológico, produção hormonal e consolidação de memórias, entre outras. Por isso, a privação do sono afeta os sistemas imunológico, digestivo e endócrino, além de estar associada a problemas cardíacos e diabetes, explica Renata Bonaldi, fundadora da startup SleepUp.

“No curto prazo, os insones sentirão sonolência, cansaço e mau humor, por exemplo. Já quando a qualidade do sono melhora, com o auxílio da psicoterapia, você terá uma experiência mais restauradora e saudável”, afirma a pesquisadora.

Para ajudar esses pacientes, a startup desenvolveu, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), um aplicativo médico contra insônia. A plataforma utiliza um protocolo clínico conhecido como Terapia Cognitivo-Comportamental para insônia. “Em geral, os medicamentos não tratam a causa da insônia — que é comportamental e cognitiva. Simplesmente aliviam os sintomas”, afirma Bonaldi.

A startup foi uma das selecionadas para participar de uma missão empresarial da FAPESP Week Itália, que começou ontem (14/10) e terminou terça-feira (15/10) na Universidade de Bolonha.

Segundo a pesquisadora, a maioria das causas da insônia envolve comportamentos que afetam a hora de dormir. Com o aplicativo, eles são tratados por meio de terapia — que é o padrão ouro para o tratamento dessa condição. “Em poucas semanas há melhora, mas a correção completa depende da causa. Nosso protocolo leva pelo menos três meses para ser concluído.”

A abordagem digital proposta pela solução atua nos motivos que levam ao adoecimento. Além disso, o aplicativo inclui outros recursos, como anamnese e diários. “O objetivo é democratizar o acesso à saúde do sono. É uma necessidade muito recorrente, pois este problema afeta aproximadamente metade da população global.”

A pesquisadora começou a estudar o tema após conversas com potenciais usuários da plataforma enquanto estudava o uso de tecnologias na saúde. “O sono veio em primeiro lugar nas minhas pesquisas. As pessoas querem ajuda porque não têm acesso fácil a diagnósticos e tratamentos nesta área. Como eles buscam uma intervenção tecnológica para os distúrbios do sono, criamos essa opção de tratamento digital.”

Os usuários da ferramenta passam por uma jornada diária de atividades para garantir um sono mais saudável. “É um conjunto de estratégias baseadas na psicoterapia. O paciente segue as tarefas até que seu quadro melhore”, explica Bonaldi. “Além disso, ele pode monitorar suas próprias métricas de sono por meio de gráficos.”

Apneia é fisiológica

A apneia, por sua vez, tem causas fisiológicas. No Brasil, atinge cerca de 30% da população, segundo dados do Instituto do Sono. Muitos pacientes não procuram diagnóstico ou tratamento para a doença – muitas vezes porque ignoram as opções e possibilidades. “Nosso aplicativo pode ajudar nesse sentido”, afirma Bonaldi.

É comum que pacientes com apneia moderada ou grave necessitem do uso de dispositivo para manter o fluxo de ar nas vias aéreas (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas – CPAP) durante o sono. “Como a apneia normalmente não tem cura, o uso do equipamento é vitalício. Nesse caso, o app SleepUp auxilia na adesão ao tratamento, pois há terapia e acompanhamento via app.”

Tanto para a insónia como para a apneia, o sistema também pode ser associado a dispositivos wearable (uma bandana que recolhe dados de eletroencefalograma e um anel que obtém informação de oximetria) para diagnosticar patologias. “Esses acessórios possuem tecnologia própria e seu uso é recomendado por um profissional de saúde. O paciente os leva para casa e dorme com eles. O médico tem então acesso a dados clínicos precisos sobre as características do sono daquele indivíduo e define uma estratégia de tratamento com base nessas informações.”

O trabalho do especialista é fundamental para que os resultados sejam interpretados corretamente. “Se o paciente não compreender o significado dos dados, isso pode até causar preocupação e ansiedade extras”, avalia Bonaldi. “O sono é uma função orgânica e quanto menos o indivíduo se preocupar com isso, melhor. Com o envolvimento do profissional de saúde, o paciente saberá o que é natural e o que não é.”

25 mil usuários

O aplicativo possui validação clínica e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “É uma terapia digital para tratamento de uma doença crônica e temos evidências da eficácia do protocolo.” Com mais de 25 mil usuários e 18 publicações acadêmicas, o aplicativo está disponível em todas as lojas de aplicativos e a empresa oferece uma versão gratuita. A utilização é aberta a interessados ​​maiores de 18 anos.

Com versões em espanhol e inglês, o produto será submetido à aprovação de órgãos reguladores dos Estados Unidos e da Europa. “Já está disponível em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Pretendemos ser uma empresa global. O nome da empresa, em inglês, já foi pensado com esse objetivo.”

Segundo Bonaldi, o sistema não tem concorrentes no Brasil, pois é a única opção nacional já aprovada pela Anvisa. “Aqui no Brasil ainda não há ninguém que faça essa intervenção de tratamento e diagnóstico ao mesmo tempo. Tem quem só faz diagnóstico, tem quem só se dedica ao tratamento, mas do jeito que fazemos e com aprovação da Anvisa somos os únicos”, compara.

Os algoritmos do app foram desenvolvidos com inteligência artificial. “Além de ser totalmente proprietário, foi totalmente desenvolvido no Brasil. A inteligência artificial é aplicada na automação, personalização e treinamento de algoritmos de monitoramento de eletroencefalograma vestíveis.”



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