SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Existe mais de um tipo de tumor de mamaque é caracterizada pelo crescimento descontrolado de células anormais na mama. É o tumor mais comum entre as mulheres no Brasil, depois tumor de pele não melanoma.
Independentemente do tipo, os pacientes devem realizar exames de imagem, como mamografia e ultrassonografia, para identificar a doença. Caso seja encontrada alguma lesão na mama, o médico realiza uma biópsia, que é a retirada de um fragmento daquela lesão para análise laboratorial.
Caso o câncer seja diagnosticado, é necessário classificar a doença por meio de duas análises: a histológica, para saber a localização, origem e extensão do tumor, e a imunohistoquímica, que identifica como a doença se desenvolve e como pode ser combatida.
ANÁLISE HISTOLÓGICA
O tipo mais comum de câncer de mama é o carcinoma. Com base na análise histológica, existem duas classificações principais: ductal ou lobular. Ambas podem ser invasivas ou in situ (no local, em tradução livre).
Sheila Wludarski, patologista do Hospital Sírio-Libânes, afirma que o carcinoma ductal in situ se restringe à mama, na região chamada ducto mamário, estruturas responsáveis pelo transporte do leite materno.
Os carcinomas ductais e lobulares invasivos têm origem na estrutura do ducto e dos lóbulos (responsáveis pela produção de leite), respectivamente, mas avançam para outras partes do corpo.
“O câncer invasivo pode infiltrar vasos sanguíneos, vasos linfáticos e até gerar metástases [quando o câncer se espalha da mama para outras partes do corpo, como fígado e ossos].”
Oncologista clínico da Rede D’or, Rodrigo Guindalini destaca que o carcinoma lobular in situ não é considerado um câncer. “É uma lesão de alto risco, é um sinal de alerta para o desenvolvimento de um tumor, por isso deve ser monitorada”.
Existe também um tipo raro de câncer de mama chamado doença de Paget, que se origina nos ductos mamários (pequenos tubos que transportam o leite até o mamilo) e se espalha para a pele da mama e aréola.
A doença pode se manifestar por meio de alterações na pele, como lesão elevada, pequeno nódulo, ulceração ou descamação.
ANÁLISE IMUNO-HISTOQUÍMICA
Para tratar o câncer de mama, a análise imuno-histoquímica deve ser realizada após a histologia. O segundo exame verifica como o câncer se desenvolve e, a partir disso, avalia-se a melhor forma de tratamento. As quatro principais classificações encontradas no exame são:
– Carcinoma hormônio positivo: quando células tumorais anormais possuem receptores de estrogênio e/ou progesterona. Esses hormônios estimulam o crescimento do câncer
– Carcinoma HER2 positivo: é caracterizado pela superexpressão da proteína HER2, o que também estimula o crescimento da doença e pode tornar o tumor mais agressivo
– Carcinoma triplo negativo: não possui receptores de estrogênio, progesterona e HER2
– Carcinoma triplo positivo: possui receptores para hormônios e para a proteína HER2, que fazem com que as células cancerígenas se multipliquem
EXISTE TIPO MAIS SÉRIO?
Alguns tipos de tumores têm mais opções de tratamento do que outros.
Além disso, o médico também irá verificar o estadiamento do tumor, ou seja, quão restrito ele está à mama (in situ ou invasivo), e se já apresentou metástase.
“Quanto mais metastático o tumor, pior o prognóstico”, afirma o patologista. “Mas isso não significa que a doença não seja tratável e curável.”
OS SINTOMAS MUDARAM?
Os sintomas do câncer de mama tendem a ser comuns a todos os tipos da doença, que, nos estágios iniciais, pode não apresentar sinais. Os mais recorrentes incluem:
– Nódulo palpável: o nódulo pode ser palpado durante o autoexame, quando já é maior, ou encontrado em exames de imagem, como ultrassonografia e mamografia
– Alterações no mamilo: coceira ou secreção, que pode ser sanguinolenta, aquosa ou amarelada
– Alterações na pele: O câncer avançado pode apresentar vermelhidão da pele, inchaço que faz a pele parecer uma casca de laranja ou aparecimento de glândulas inchadas sob o braço
QUAIS SÃO AS CHANCES DE CURA?
Muitas pessoas acreditam que o câncer é uma declaração de morte, mas isso não é verdade. Quando diagnosticados precocemente, nos estágios iniciais, os tumores de mama têm mais de 95% de chance de cura, segundo a oncologista Fernanda Moura, do Sírio-Libanês.
“A maioria dos pacientes estará curada em cinco anos. Por isso é tão importante falarmos em rastreamento, que é realizar mamografias acima dos 40 anos para todas as mulheres”, destaca.
A mamografia é o exame mais recomendado para identificar precocemente o câncer de mama. O exame de rastreamento é realizado inclusive em mulheres que não apresentam sintomas do tumor.
Este relatório faz parte de um projeto desenvolvido com apoio do Hospital Sírio-Libanês
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