Criar um filho é uma tarefa desafiadora que exige amor, atenção e educação dos próprios pais. Como afirmou o ator Alexandre Nero em 2020, durante entrevista a um portal de notícias, “educar é um dos maiores desafios que a paternidade traz: precisamos entender o que o filho está tentando dizer e buscar estabelecer comunicação com ele. Trata-se de nos educar para educar.”
Entre as muitas abordagens que os pais podem estudar e aplicar hoje, está a educação positiva, que atualmente tem sido alvo de discussões na mídia e nas redes sociais.
Para a educadora parental Andreia Rossi, a educação positiva continua sendo uma ferramenta valiosa para a criação de crianças e adolescentes, desde que os princípios de respeito e responsabilidade sejam seguidos de forma equilibrada. “A educação positiva é muito mais do que evitar agressões físicas e verbais”, afirma Andreia Rossi. “Isto envolve ensinar os nossos filhos com base no respeito mútuo, mas isso não significa abrir mão de limites e responsabilidades. O papel dos pais é essencial para garantir que as crianças cresçam com orientação e estrutura.”
Andreia destaca que um dos erros comuns é interpretar a educação positiva como permissividade, o que pode levar à falta de orientação e limites. “Os pais que se dedicam a esse modelo devem entender que estabelecer limites claros é uma forma de respeito. Educar positivamente não significa ausência de regras, mas ensinar com empatia e firmeza”, explica.
Para o especialista, a chave do sucesso na educação positiva é o equilíbrio. “Os pais precisam ter consciência da importância de aliar carinho e orientação. Isso envolve tanto ouvir os filhos e respeitar suas emoções, quanto orientá-los com clareza e segurança para que se tornem adultos responsáveis e conscientes”, comenta Andreia.
Ela reforça que a prática da educação positiva exige tempo, paciência e consistência. “Não é um caminho fácil, mas é eficaz quando aplicado corretamente. A base é o respeito, que começa no exemplo que os pais dão no próprio comportamento. Quando há firmeza e carinho, os filhos crescem confiantes e preparados para enfrentar o desafios da vida”.
Andreia destaca ainda que os frutos da educação positiva não são imediatos. “Muitas vezes, os resultados não são colhidos agora no relacionamento com nossos filhos, pois eles ainda precisam de muita orientação e educação emocional. A educação positiva passa por esse processo, e os verdadeiros frutos serão colhidos no futuro, quando eles se tornarem responsáveis adultos, humanizados e empáticos, perpetuando esses valores por gerações.” Ela faz uma analogia com o velho ditado: quem planta tâmara não come tâmara. “É preciso paciência e crença no processo. Os adultos, mais que as crianças, buscam soluções imediatas e é aí que surgem muitas distorções”, ressalta.
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