Pasta com flúor faz mal? Esclareça 17 mitos e verdades sobre a cárie – Jornal Estado de Minas

Pasta com flúor faz mal? Esclareça 17 mitos e verdades sobre a cárie – Jornal Estado de Minas


As doenças orais, embora em grande parte evitáveis, ainda representam um importante problema de saúde pública: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que as condições orais afetem cerca de 3,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo. Lesões de cárie não tratadas, por exemplo, são as mais comuns, de acordo com o Relatório Mundial da Saúde Oral da OMS. Publicado em 2022, o documento aponta que a prevalência de doenças bucais continua a crescer globalmente, principalmente devido à exposição insuficiente ao flúor (na água de abastecimento e nos produtos de higiene bucal, como creme dental), além do acesso precário aos serviços de saúde bucal e maior consumo de alimentos com alto teor de açúcar.

“As lesões de cárie ocorrem através do biofilme que é formado pela adesão de bactérias à superfície dos dentes”, explica a cirurgiã-dentista Bruna Fronza, professora doutora da disciplina de Odontologia Preventiva e Restauradora aplicada à Odontologia e Cariologia, do curso de Odontologia da da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). “À medida que o paciente ingere bebidas e alimentos que contêm açúcares e carboidratos, as bactérias do biofilme convertem esses alimentos em ácidos que levam à dissolução das estruturas dentárias, podendo formar cáries nos dentes.”

A boa notícia é que as cáries são uma doença evitável e tratável. Abaixo, conheça os principais mitos e verdades sobre o assunto:

1. As cáries são uma doença

Verdadeiro. A cárie é uma doença crônica e multifatorial, dependente da ingestão de açúcar e de outros fatores – incluindo dieta rica em carboidratos e higiene inadequada. Considerando a cárie como uma doença é importante entender que ela pode ser controlada.

2. O açúcar é a única causa das cáries

Mito. O açúcar é o principal combustível para as bactérias envolvidas no desenvolvimento das cáries fazerem a doença progredir. “Ajuda na formação do biofilme dental, que nada mais é do que a agregação de bactérias aderidas à superfície do dente, formando uma placa. Com a ação do açúcar, essas bactérias excretam ácidos que desmineralizam a estrutura dentária e levam à formação de cáries ou lesões cavitárias”, explica Bruna.

E o vilão não é apenas o açúcar usado para adoçar alimentos e bebidas, mas qualquer alimento rico em carboidratos, que será metabolizado na boca e se transformará em açúcar. Além disso, a qualidade e a frequência da higiene bucal também podem contribuir para a formação de lesões, pois a escovação atua desorganizando essas bactérias.

3. A saliva ajuda a prevenir cáries

Verdadeiro. A nossa saliva desempenha um papel importante no equilíbrio fisiológico da boca e no controlo da progressão das cáries. Suas funções são: realizar a limpeza mecânica e desorganizar o biofilme (que é o acúmulo de bactérias) nos dentes; e manter o pH da boca em um nível neutro.

“Cada vez que ingerimos carboidratos e açúcares, o pH da cavidade oral diminui, ficando mais ácido. A saliva é responsável por trazer esse pH novamente ao básico. Além disso, os sais minerais presentes na saliva são responsáveis ​​pela remineralização do dente, que pode estar passando por um processo de desmineralização e, portanto, evitando a formação de lesão de cárie”, explica Bruna Fronza.

4. Idosos tendem a ter mais cáries

Mito. Os idosos apresentam naturalmente diminuição do fluxo salivar, mas isso não significa que seja mais fácil desenvolver lesões de cárie. “Para um idoso ter cárie vai depender dos mesmos fatores de risco: a ingestão de açúcar, a frequência da escovação e a qualidade dessa escovação”, observa a cirurgiã-dentista Aline Moreno Ferreira Campos, professora do curso de especialização Odontologia em Saúde Coletiva: Ênfase Doutora em Saúde da Família e Comunidade, pelo Einstein Ensino.

5. Todas as cáries causam dor

Mito. A lesão começa muito pequena, como uma pequena mancha branca, muitas vezes imperceptível, que vai evoluindo e abrindo uma cavidade. Embora essa lesão esteja na parte mais externa do dente (que é o esmalte), em geral a pessoa não sente nada. “Essa é a fase em que consideramos que a lesão é reversível, onde não seria necessária a realização de uma restauração, por exemplo”, afirma Bruna Fronza.

Quando a cárie progride e começa a atingir os tecidos mais profundos do dente (a dentina), aproximando-se da polpa, a pessoa começa a apresentar algum tipo de sintoma. “Mas isso não é uma regra. Tem paciente que chega com lesão de cárie e não sente nada. Por isso, visitas frequentes ao dentista são importantes para monitorar as condições de saúde bucal”, alerta Aline Campos.

6. O tratamento da cárie sempre envolve restauração

Mito. Nem sempre um paciente com cárie precisará de uma restauração. As cáries podem parar e parar de avançar se a pessoa começar a escovar os dentes corretamente, usar fio dental e manter uma alimentação adequada, com higiene bucal frequente. “Isso é o que chamamos de cáries crônicas. É uma doença que para de progredir, fica estável, controlada”, explica Aline Moreno.

Nestes casos, onde a cárie ainda está em fase inicial, um dos tratamentos recomendados é a fluorterapia – que pode ser por meio de creme dental ou um tratamento em consultório para remineralizar aquela mancha. “Uma pessoa pode mudar o curso da doença se mudar os hábitos alimentares com alimentos açucarados e higiene. As cáries podem ser controladas”, destaca Aline.

7. Qualquer pessoa que use aparelho terá cáries

MITO. O que acontece é que o fato da pessoa usar aparelho nos dentes dificulta a limpeza adequada do local. O próprio aparelho acaba retendo mais alimentos em locais onde as bactérias podem permanecer depositadas para proliferar e formar biofilme.

“Só porque você usa aparelho não significa que você vai ter cáries. Mas esses pacientes precisam de cuidados extras porque têm maior risco de desenvolver a doença pela dificuldade de higiene”, destaca Bruna Fronza, acrescentando que existem escovas especiais que podem ser usadas além do modelo convencional e fio dental para limpar. melhor estas regiões.

8. A menopausa é um fator de risco para o desenvolvimento de cáries

Mito. O desenvolvimento de cáries nada tem a ver com alterações hormonais, seja por menopausa, gravidez ou qualquer outra coisa. Os cuidados para prevenir o aparecimento da lesão são os mesmos, seja na mulher jovem, na menopausa ou na idosa.

9. Todo mundo terá cárie pelo menos uma vez

Mito. Embora seja muito comum, nem todas as pessoas desenvolverão o problema. “Hoje em dia está aumentando a proporção de pessoas que não têm, nunca tiveram e provavelmente nunca terão uma lesão de cárie. A questão da fluoretação da água, por exemplo, foi uma das estratégias de saúde pública que ajudou nessa redução no Brasil e no mundo”, afirma Aline Campos.

Além disso, o fornecimento de produtos de higiene bucal nos centros de saúde e a inclusão das equipes de saúde bucal na estratégia Saúde da Família do Sistema Único de Saúde (SUS) são medidas essenciais para ampliar o acesso ao dentista. “Também temos no mercado a disponibilização de diferentes marcas e preços de produtos de higiene oral, o que é positivo como medida preventiva para que muitas pessoas não tenham cáries na vida”, reforça.

10. As cáries podem ser curadas

Verdadeiro. A doença cárie pode ser curada desde que o paciente trate as lesões e consiga mudar efetivamente seus hábitos de higiene e alimentação.

11. Depois de tratadas, as cáries não voltam

Mito. A cárie é uma doença crônica e controlável, sendo possível prevenir o aparecimento de novas lesões. Mas, se em algum momento o paciente deixar de escovar os dentes corretamente e apresentar alguma alteração, ela poderá retornar.

12. O flúor ajuda a prevenir cáries

Verdadeiro. O flúor tem um papel protetor para os dentes. “Quando bebemos água fluoretada e usamos creme dental fluoretado, os íons flúor ficam disponíveis na saliva. Dessa forma, o flúor consegue se incorporar à estrutura dentária, tornando-a mais resistente à desmineralização. Funciona como um reforço para que a desmineralização não aconteça com tanta facilidade”, explica Bruna.

13. Usar pasta de flúor faz mal à saúde

Mito. Diversos estudos e evidências científicas comprovam os benefícios do flúor para a saúde bucal, desde que utilizado nas doses recomendadas: para uma criança de até 4 anos, a quantidade de creme na pasta deve ser do tamanho de um grão de arroz; para maiores de quatro anos, do tamanho de uma ervilha. A concentração de flúor na pasta de dente deve ser de pelo menos 1.000 partes por milhão (ppm).

O flúor, principalmente aquele presente nos cremes dentais, só pode ser prejudicial se ingerido em excesso — o que não é comum. “É importante que um responsável acompanhe sempre a criança durante a escovação para garantir que a quantidade de creme dental aplicado está de acordo com as recomendações e evitar que a criança engula o excesso de creme dental”, alerta Aline.

Um dos possíveis malefícios que existem – apenas para crianças – é o desenvolvimento da fluorose, que são manchas brancas estriadas nos dentes, que se desenvolvem no período em que estão erupcionando. “Os adultos não desenvolvem fluorose, apenas as crianças, pois é justamente no período de formação dos dentes que eles se formam”, explica Aline.
Segundo ela, essas manchas não causam nenhum outro tipo de dano à saúde, é apenas uma questão estética. As estratégias de tratamento incluem clareamento dental, microabrasão ou restaurações.

14. Escovar os dentes evita cáries

Verdadeiro. Essa é uma das principais estratégias de prevenção ao desenvolvimento de cáries: escovar bem, de forma eficiente, pelo menos duas vezes ao dia, com pasta fluoretada, é suficiente para garantir a proteção dos dentes contra cáries.

O movimento de escovação deve ser suave, para não causar nenhum tipo de trauma na gengiva – portanto, a escova deve ter cerdas macias. “Você não precisa colocar força no movimento, apenas faça o suficiente para desorganizar as bactérias do biofilme. O creme dental é um coadjuvante nesse processo, um auxiliar devido à sua composição fluoretada. Mas o mais importante é como é feita a escovação”, destaca Aline.

15. Usar enxaguatório bucal regularmente previne cáries

Mito. Se a pessoa já usa creme dental com flúor, não há necessidade de usar enxaguatório bucal de rotina para prevenir cáries. “Em alguns casos, prescrevemos o uso de enxaguantes bucais com princípio ativo específico (como a clorexidina) para tratar doenças gengivais e não cáries. Seu uso é limitado, em torno de 15 dias, e funciona como medicamento”, diz Aline.

A professora Bruna Fronza afirma que não há problema em usar enxaguantes bucais regularmente, desde que não contenham álcool, pois essa substância resseca a mucosa bucal. “Mas não previnem cáries”, enfatiza. Campos concorda: “Não há problema em usar, mas não adianta pensar que vai substituir a escovação por enxaguante bucal, porque não vai funcionar. “

16. As cáries são um problema de saúde pública

Verdadeiro. A cárie é considerada um problema de saúde pública por ser uma doença multifatorial e social – estudos indicam que, além dos fatores de risco convencionais (como açúcar e higiene), também está relacionada às condições socioeconômicas da família, ao nível de escolaridade da mãe, à cultura , comportamentos, conhecimentos, entre outros. Portanto, o acesso aos serviços de saúde é essencial para a prevenção e controle da doença.

“A cárie é uma doença muito complexa e de difícil erradicação, mas temos que ampliar estratégias para minimizar os riscos e garantir que todos esses fatores interfiram o mínimo possível no desenvolvimento desta doença”, comenta o dentista.

17. Antibióticos causam cáries

Mito. É uma crença muito comum que as crianças que tomam antibióticos têm dentes mais fracos e mais cáries. “Isso não é verdade. Se uma criança tomou muitos antibióticos é porque ficou muito doente. O que pode acontecer é que, nesse período da doença, os cuidados odontológicos possam ter sido deixados de lado. Além disso, o antibiótico é açucarado e tomá-lo por tempo prolongado acaba aumentando o risco. Mas isso não tem nada a ver com o produto antibiótico e sim com uma possível falta de cuidados de higiene”, observa Aline.

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