Além dos fatores genéticos, segundo alguns estudos, determinados hábitos de vida também influenciam o aparecimento do Alzheimer, que causa problemas de memória, linguagem, pensamento e comportamento, de forma crônica e progressiva, sem cura. Para ajudar as pessoas a saberem como estão a evolução dos seus indicadores de saúde, que se controlados podem prevenir ou retardar a doença de Alzheimer, o Instituto Rascovski realiza nos dias 21 e 22 de setembro, em São Paulo, a 6ª edição do projeto Cérebro em Ação, que visa para promover a educação.
“É importante conscientizar a população sobre a importância de cuidar de alguns pontos importantes como atividade física, alimentação, consumo de álcool, poluição e doenças como a depressão, que podem influenciar no desenvolvimento da doença. Se esses cuidados forem colocados em prática, é possível reverter 40% dos casos de demência no mundo e 48% no Brasil”, informa a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora médica do Atma Soma e presidente do instituto Rascovski.
No Brasil, mais de 1,76 milhão de brasileiros com mais de 60 anos convivem com Alzheimer, com previsão de atingir até 5,5 milhões até 2050 – dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Edição 2024
Ao contrário de outras edições, o evento acontecerá em dois dias em locais diferentes. No sábado, 21 de setembro – que marca o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, durante o Setembro Lilás, um grupo de voluntários promoverá uma série de atividades no Parque Cândido Portinari, em São Paulo, em torno de uma roda gigante instalada no local, que, devido ao ocasião, será iluminada com a cor da campanha Setembro Lilás.
Entre 15h e 18h, serão realizadas ações de incentivo à prática de atividade física e ao bem-estar, como aula de ioga, ministrada pela jornalista e instrutora Angélica Banhara; meditação, liderada por Lilian Gouvea, além de exercícios amigos do cérebro.
Durante o período, serão distribuídos folders com informações sobre os fatores que podem influenciar no desenvolvimento da doença, além de um teste virtual, chamado Brain Wheel, com acesso via QR Code. “O resultado do exame pode se enquadrar em três faixas: verde, que significa risco neutro, amarelo, que traz sinal de alerta, e vermelho, que indica urgência no atendimento. Ao longo de extensas pesquisas sobre o tema, houve um aumento de 40 a 60% na incidência de Alzheimer devido ao estilo de vida”, explica Alessandra.
No domingo (22), das 9h às 12h, em um escritório localizado em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) realizará um evento, que contará com a parceria Brain in Action. Ao longo do dia, haverá uma série de exames, como bioimpedância, medição de pressão arterial, glicemia, teste de olfato – cujo percurso se chama Circuito Cerebral. Também serão distribuídos folders para conscientização e realização da prova Brain Wheel.
Entre as atividades, o encontro inclui ainda caminhada, estimulação cognitiva e conversa sobre Alzheimer e outras demências com neurologistas e geriatras.
Além disso, haverá um forte trabalho de comunicação, abastecendo as redes sociais do projeto com informações atualizadas sobre prevenção de doenças. Nesse sentido, haverá também o lançamento de um e-book, produzido em parceria com voluntários, carinhosamente chamado de Dente-de-Leão, que traz, de forma lúdica, informações importantes sobre a doença de Alzheimer e como preveni-la.
Novos fatores
A Comissão Lancet, ligada à Sociedade de Alzheimer, acrescentou mais dois fatores externos (colesterol e problemas de visão) que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Além dos 12 fatores iniciais: hipertensão, obesidade, sedentarismo, depressão, diabetes, perda auditiva, traumatismo cranioencefálico, alcoolismo, tabagismo, poluição e isolamento social.
Alessandra explica que as doenças cardiovasculares também influenciam no desenvolvimento do Alzheimer. “O colesterol LDL (ou lipoproteína de baixa densidade), conhecido como ‘colesterol ruim’, se estiver em excesso pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O colesterol LDL em adultos com menos de 65 anos, acompanhados durante um ano e sem tratamento, aumentou em 8% todas as causas de demência.”
Em relação à visão, a endocrinologista explica que a relação com a doença tem a ver com a informação que chega ao cérebro. “Pessoas com perda de visão têm maior probabilidade de desenvolver a doença.” Vale lembrar que a prevalência de perda visual e cegueira evitáveis, incluindo problemas visuais comuns para os quais são prescritos óculos, em adultos com mais de 50 anos equivale a 12,6%.
“O que vamos oferecer é uma oportunidade de conhecer e se autoavaliar com a ajuda de voluntários e especialistas e, com isso, ajudar o público a tomar ações que possam prevenir ou postergar declínios cognitivos”, afirma Alessandra.
Serviço
Projeto Cérebro em Ação – edição 2024
Data: 21 e 22 de setembro
Locais e horários:
1º dia: 21 de setembro
Onde: Parque Cândido Portinari, Avenida Queiroz Filho, 1365 – Vila Hamburguesa
Tempo: 15h às 18h
2º dia: 22 de setembro
Onde: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Avenida Paulista, 1313 (em frente à estação Trianon do metrô)
Tempo: 9h às 12h
Mais informações: https://www.cerebroemacao.com.br/
*Estagiário sob supervisão da editora Ellen Cristie.
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